Durante entrevista à imprensa dos Estados Unidos da América (EUA), o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que a inflação do Brasil em 2022 será menor do que a taxa norte-americana. A previsão é para que a inflação saia da faixa do atual 10% para, aproximadamente 5%, percentual fixado como meta para o ano.
De acordo com Paulo Guedes, o Federal Reserve norte-americano tem dormido no volante, enquanto o desempenho do Brasil no que compete à inflação tende a surpreender este ano. “Como o país retirou incentivos monetários e fiscais durante a pandemia, a inflação do Brasil pode ser menor que a dos EUA neste ano”, declarou o ministro.
Paulo Guedes explicou que a economia mundial tem desacelerado gradativamente em meio à insistente pandemia da Covid-19. Enquanto isso, o Brasil seguia um caminho oposto. Para o ministro, o pico econômico do país tem sido a parceria entre Estado guiada pelo mercado.
O Governo Federal possui um saldo de R$ 828 bilhões até o final do ano, além de outros promissores R$ 200 bilhões oriundos de investimentos. Este recurso extra faz parte de contratos já assinados por investidores privados. “Estamos muito confiantes que o Brasil está fora da sincronia da economia global”, alegou o chefe da pasta.
Mesmo fazendo uma comparação otimista da inflação brasileira com a dos EUA, a preocupação em relação aos efeitos da guerra entre a Rússia e a Ucrânia também são evidentes. Na verdade, o agravo no cenário já começou com a alta nos preços de grãos como o milho, trigo e soja.
Diante do cenário de intensos conflitos, nota-se que a inflação da comida será a mais afetada por todo o mundo, inclusive no Brasil. Dos três produtos mencionados, o trigo é um dos que mais causará impactos na economia. Para quem não sabe, o grão é importado de outros países, como a Rússia. Logo, irá encarecer derivados do produto, como pão, biscoito, massas, etc.
Guedes declarou que a inflação brasileira é fruto da inflação global e, tendo em vista que os Estados Unidos são a potência econômica mundial, eles foram usados no comparativo. “Não há pressão inflacionária. A inflação no Brasil passou de 3% para 10%. A inflação nos Estados Unidos foi de 0% a 7%. Então, basicamente é inflação global”.
Vale destacar que, em janeiro, a prévia da inflação oficial do Brasil apresentou uma variação de 0,58%, mantendo os dois dígitos no acumulado de 12 meses ao chegar a 10,20%. Por outro lado, a inflação chegou a 7,5% nos EUA, batendo um recorde histórico em 40 anos.