Após polêmica com Spotify, apresentador recebe proposta de US$ 100 mi para usar outro streaming

Pontos-chave
  • O Spotify retirou mais de 100 episódios do programa do humorista e apresentador Joe Rogan;
  • Ele postou um vídeo em suas redes sociais, no qual pediu desculpas por ter usado palavras e insultos racistas em seu programa;
  • Ele recebeu uma proposta do Rumble de R$100 mil.

No sábado (5), o Spotify retirou mais de 100 episódios do programa do humorista e apresentador Joe Rogan. A plataforma enfrenta um boicote de artistas que não concordam com a presença do podcast do americano por espalhar desinformação sobre a Covid-19. 

De acordo com  o site “JRE Missing”, que monitora a remoção dos programas do apresentador, até a noite deste sábado (5), um total de 113 episódios do “The Joe Rogan Experience” não estavam mais disponíveis. A revista americana Forbes confirmou a informação.

No mesmo dia, mais cedo, Rogan postou um vídeo em suas redes sociais, no qual pediu desculpas por ter usado palavras e insultos racistas em seu programa.

A plataforma não explicou a causa de determinados conteúdos terem sido retirados, enquanto outros foram mantidos. Segundo a Bloomberg, foi uma decisão do apresentador.

Segundo a Forbes, com exceção de um deles, todos os episódios retirados foram gravados antes da pandemia começar nos Estados Unidos, o que tornaria improvável que a remoção tenha relação com as falas de Rogan sobre a Covid-19.

Alguns dias atrás, o diretor executivo e fundador do Spotify, Daniel Ek, classificou como vital para sua companhia o podcast de Joe Rogan. 

Ek explicou a seus funcionários que, apesar de considerar “muito ofensivas” e estar “fortemente em desacordo” com “muitas coisas” que o apresentador diz, “para alcançar suas metas, a plataforma deve manter conteúdos com os quais muitos de seus funcionários não querem ser associados, de acordo com um discurso vazado na quinta-feira (3) pelo site The Verge.

O “The Joe Rogan Experience” é o podcast mais ouvido do Spotify, que tem os direitos do programa. Segundo o “Wall Street Journal”, a empresa pagou mais de US$ 100 milhões pela exclusividade do podcast.

Boicote 

O programa motivou  protestos de artistas que não concordam que o Spotify mantenha um podcast com desinformação e mentiras sobre a Covid-19. Rogan possui um  histórico de falas preconceituosas, com racismo e transfobia, e também de informações falsas, inclusive sobre as vacinas contra a covid. Mesmo assim, ele é extremamente popular nos EUA.

Um dos primeiros a exigir que ao Spotify retirasse suas músicas foi Neil Young. Uma declaração feita por Rogan fez o artista deixar a plataforma.

A cantora Joni Mitchel e o trio David Crosby, Stephen Stills e Graham Nash seguiram o exemplo e também tiraram suas obras do catálogo do serviço digital por não concordarem com a presença do podcast.

Essas polêmicas também levaram a críticas por parte de funcionários e até investidores da companhia, resultando na implementação de avisos e novas regras para a moderação de conteúdos postados.

Nova proposta 

Uma plataforma de compartilhamento de vídeos sediada no Canadá, chamada Rumble, ofereceu US$ 100 milhões ao podcaster Joe Rogan.

Ela ainda convidou Rogan para divulgar seu programa no serviço com a promessa de não haver qualquer tipo de censura. Para tanto, o apresentador teria que abandonar o Spotify, com quem tem contrato de exclusividade.

A proposta, equivalente a cerca de R$ 525 milhões, de acordo com a cotação de hoje, é semelhante à quantia investida pelo Spotify em 2020 para distribuir o podcast The Joe Rogan Experience. 

Não há informações sobre quando termina este contrato nem a respeito da possibilidade de adicionar os episódios em outro serviço, de imediato.

Por hora, o apresentador não respondeu se aceita o convite do Rumble, seguindo prestigiado no Spotify, apesar de a empresa ter excluído mais de 100 episódios do seu programa. 

O cofundador do streaming Daniel Ek saiu em sua defesa, recentemente, dizendo que não iria censurá-lo.

Rumble

O Rumble foi fundado em 2013, o concorrente do YouTube é conhecido por possuir regras de moderação muito mais brandas. Por conta desta característica, a plataforma acabou se tornando popular entre os conservadores, assim como as redes sociais Parler e Gab, contando atualmente com cerca de 39 milhões de usuários ativos, conforme dados mais recentes.

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