Financiamento coletivo em startups deve captar mais de R$ 300 mi em 2022; como investir?

Pontos-chave
  • A modalidade de financiamento coletivo em startup vem crescendo;
  • Os investidores tem ganhado mais confiança nessa modalidade;
  • A aplicação em equity crowdfunding é considerada de alto risco.

A modalidade de financiamento coletivo em startups, conhecida como equity crowdfunding, deve movimentar 50% mais recursos neste ano, em relação ao ano passado. A modalidade deve captar mais de R$ 300 milhões em 2022, segundo estimativa da plataforma Efund Investimentos.

Financiamento coletivo em startups deve captar mais de R$ 300 mi em 2022; como investir?
Financiamento coletivo em startups deve captar mais de R$ 300 mi em 2022; como investir? (Imagem: Montagem/FDR)

Para chegar as perspectivas, a Efund Investimentos contabilizou todas as rodadas encerradas, com êxito, pelas participantes deste setor registradas na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Em 2021, o financiamento coletivo em startups movimentou aproximadamente R$ 204 milhões. No período, aconteceram 116 ofertas públicas. Em relação ao ano anterior, houve uma alta de 141%.

Mesmo que a primeira plataforma de equity crowdfunding tenha sido lançada em 2014, a modalidade passou a ser mais conhecida no país em 2017, diante da regulamentação da CVM.

Isso fez com que das companhias com faturamento de até R$ 10 milhões ao ano tivessem como levantar capital via financiamento coletivo.

Motivos para o aumento do financiamento coletivo em startups

Na avaliação do sócio fundador da Efund, Igor Romeiro, o crescimento considerável indica que o investidor passa a acreditar nesta modalidade de aporte — deixando uma preocupação inicial de que seria somente uma tendência passageira e volátil.

Segundo ele, outro indicador de favorável é que os aportes foram distribuídos por segmentos distintos. Os setores vão desde a agropecuária até a construção civil, passando por criadores de conteúdo digital e precatórios, dentre outros.

Romeiro acredita que mesmo diante de um panorama desafiador, como o que haverá neste ano — com eleição, inflação e elevação das taxas de juros, que atrai para os investimentos de renda fixa —, o crescimento do financiamento coletivo em startups poderá ser acima de 50%.

Ele afirma que a expectativa tem relação com a característica da base de investidores adeptos da modalidade. Essas pessoas buscam diversificar as aplicações me alternativas nas quais os riscos representem proporcionalmente os ganhos.

Conforme o sócio fundador da Efund, esse público que aceita maiores riscos se sente mais à vontade nesta modalidade.

Neste sentido, Romeiro destaca os investidores provenientes do mercado de renda variável. Estes vêm sendo afetados pelas baixas seguidas da bolsa de valores — prejudicando os investimentos no curto prazo.

Ecossistema de startups brasileiro ainda está em crescimento

Segundo o cofundador da Efund. Alcides Jarreta, o ecossistema de startups local e os investimentos no segmento estão apenas engatinhando em comparação a mercados como Europa, Estados Unidos e Israel.

Na visão do executivo, ainda existe muito espaço para desenvolver no Brasil. Ele declara que muitas novidades surgirão, como o mercado secundário, avanço em inovação que as startups estão obtendo, e a flexibilização da CVM sobre o teto de investimentos.

Jarreta afirma que a modalidade está apta para se difundir entre toda a população. Conforme o executivo, ela possui um grande potencial de crescimento, é inovadora, tem recebido crédito de todas os que participam e confiam no setor, e pode desencadear diversas spin offs para outros mercados.

A aplicação em equity crowdfunding pode ser realizada pela internet
A aplicação em equity crowdfunding pode ser realizada pela internet (Imagem: Montagem/FDR)

Como investir em financiamento coletivo de startups

O equity crowdfunding é uma modalidade de financiamento coletivo pela internet. De modo facilitado, qualquer investidor pode ter participação em alguma startup.

Em alguma plataforma de equity crowdfunding, uma startup oferece uma fatia da sua companhia. Os investidores interessados, que possuem o dinheiro pedido disponível, podem aplicar na empresa após um cadastro feito na plataforma. Após a aplicação, a pessoa receberá um percentual da companhia.

Segundo a Efund, com o financiamento coletivo de startups, o investimento pode aparecer do modo simplificado. Isso se torna favorável para as duas partes.

Por um lado, a empresa encontra investidores mais rápido. Por outro, o investidor consegue financiar e ter uma participação na companhia com um capital menor. A partir de R$ 1 mil, o interessado já pode se tornar investidor de uma startup.

Vale destacar que essa modalidade de investimento é de alto risco. Isso porque diversas empresas novas acabam fechando as portas cedo. Além disso, a quantia aplicada pode ser totalmente perdida. Por conta disso, o investidor deve se atentar bastante — antes de investir o seu capital.

Silvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.