Financiamento imobiliário cresce 65% em 2021; como encontrar as melhores opções?

Pontos-chave
  • Financiamento imobiliário aqueceu em 2021
  • 866,3 mil unidades foram financiadas no último ano
  • Taxa de juros em baixa e o uso do FGTS foram os motivos para o crescimento, segundo especialistas

De acordo com dados da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), o mercado imobiliário em 2021 aqueceu em comparação com o ano anterior. Segundo o levantamento, os financiamentos de imóveis cresceram 65% no ano passado, atingindo R$205,4 bilhões, montante recorde já registrado pela associação.

O levantamento mostrou ainda que 866,3 mil unidades foram financiadas no último ano, quantidade maior quer o dobro registrado em 2020.

O último mês de 2021, foi o que registrou o número mais baixo de unidades fechadas desde março. No mês, 65 mil imóveis foram vendidos, um aumento de 16% em comparação com mesmo período de 2020, mas queda de 3,6% em relação a novembro.

Segundo especialistas, as razões deste crescimento no último ano foram a taxa de juros em baixa e o uso do FGTS. Mas, o estudo sinaliza uma possível desaceleração nos financiamentos nos próximos meses. No mês passado, por exemplo, a Abecip registrou R$16,7 bilhões em financiamentos, valor mais baixo desde abril de 2021. O último mês em que a quantidade de imóveis financiados superou a casa R$20 bilhões foi em agosto. 

Esta queda na procura por financiamentos acontece na esteira da alta na Selic, que bateu os 9,25% em dezembro. 

Entenda o financiamento imobiliário e como escolher a melhor opção

O financiamento imobiliário é na verdade um empréstimo de dinheiro de uma instituição financeira para a compra de um imóvel, que fica como garantia, que o consumidor paga um valor de entrada e financia o resto com juros. 

De forma geral, os juros do financiamento imobiliário são formados por uma taxa prefixada (taxa única) ou uma taxa de juros + um índice (taxa conjunta).

A taxa prefixada é determinada pelos bancos e não muda. Os índices, por sua vez,  são diversos e o cliente pode escolher um deles. Os mais comuns são: a) Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é o medidor da inflação; b) Taxa Referencial (TR).

Os formatos de prestação mais comuns são o Sistema de Amortização Constante (SAC) e o Sistema de Amortização Francês (Price), e os dois são calculados por juros compostos. 

No SAC, o valor da amortização é continua, as primeiras prestações tem o valor mais alto  e o consumidor paga mais rápido. Mas, os prazos podem ser iguais e no final, em ambos formatos, o saldo devedor é zerado.

  • Qual escolher?

Não existe uma regra de qual formado é o melhor, uma vez que as necessidades são diferentes para cada consumidor. É necessário que seja buscada a modalidade e o formato que mais se encaixe em seu perfil e objetivos. 

Uma dica importantíssima é utilizar sites que fazem a simulação de financiamentos imobiliários. Através deles, o consumidores fica sabendo exatamente o valor contratado no total, as parcelas e o percentual do seguro habitacional. A partir deles, fica mais fácil escolher a seguradora que oferece as melhores condições.

Alerta Selic

O mercado de financiamento de imóveis no Brasil ainda é muito novo, e tem um total de R$720 bilhões, cerca de 10% do PIB em empréstimos imobiliários abertos. Isto é equivalente a menos da metade da proporção do Chile e um quinto da participação nos Estados Unidos.

O presidente da MRV, Rafael Menin, estima que as vendas de casas continuarão em alta nos próximos 20 a 30 anos se as taxas de juros permanecerem em níveis baixos.Mas, a expectativa é que a Selic suba ao ao longo dos próximos meses.

A associação de incorporadoras imobiliárias, Abecip, diz que a compra de um imóvel neste momento virou uma ação competitiva e cada diminuição nas taxas de juros deixa o financiamento imobiliário fazer parte da vida de 2,8 milhões de famílias brasileiras.

“As taxas baixas tornam o financiamento imobiliário muito mais palatável e permitem que mais e mais pessoas aproveitem… Então, aquelas pessoas que não foram atingidas pela pandemia mantiveram seus planos de aquisição”, explicou a presidente da Abecip, Cristiane Portella.

Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.