Copinha: quanto ganham os jogadores da base?

A Copa São Paulo de Futebol Júnior, ou como é popularmente conhecida Copinha, é uma competição de futebol masculino que reúne clubes de todo Brasil com suas equipes de jogadores da base. 

A 52° edição da competição conta com a participação de 128 clubes, divididos em 32 grupos de 4. Em decorrência do cancelamento do torneio no ano de 2021, esse ano a Copinha permitiu a participação de jogadores nascidos em 2001, estes na prática ultrapassaram a idade limite de 20 anos. Os atletas da edição são nascidos até o ano de 2006.

Os títulos estão divididos principalmente entre os grandes times que venceram a competição disputada por clubes tradicionais e equipes menores. O Corinthians é hoje o maior vencedor disparado da Copinha com 10 títulos, muito atrás do maior campeão estão empatados o Fluminense e o Internacional com 5 títulos cada.

Quanto ganha um jogador de base?

A carreira no futebol enche os olhos de crianças e jovens por todo o país, que alimentam a esperança de chegar aos grandes clubes nacionais e internacionais com contratos milionários.

Apesar de existirem os atletas que alcançam salários milionários e se tornam verdadeiras celebridades com contratos publicitários ampliando ainda mais suas fortunas, na vida da maioria dos atletas do futebol o auge é bem distante disso.

Os jogadores de base são aqueles que estão em início de carreira nos clubes e se preparam para um dia serem parte do time profissional. O salário de um jogador de base varia de um clube para outro, além disso, jogadores na faixa etária dos 10 aos 14 anos não podem receber salário, mas sim uma bolsa auxílio para ajuda de custo, o valor é de em média R$ 300 a R$ 500.

Ao assinar um contrato, a base dos salários gira em torno dos R$ 1.000. O atleta passa também a receber benefícios que variam de acordo com o desempenho do jogador.

Salário milionário é a realidade de grupo seleto

O país do futebol possui mais de 360 mil jogadores registrados, destes, cerca de 25% possuem o futebol como principal fonte de renda. De acordo com a CBF, a Confederação Brasileira de Futebol, 82% dos jogadores recebem até dois salários mínimos por mês, além disso, apenas 2% ganham quantia superior a 20 salários mínimos. 

No Brasil, o piso salarial não é único, os sindicatos acabam por estabelecer diferentes pisos para seus associados. O Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado do Rio Grande do Sul (SIAPERGS) determina como piso salarial o valor de R$ 900,00. Na cidade de São Paulo, clubes locais e dos municípios circunvizinhos com até 30 empregados, possuem piso salarial de R$ 948,00.

Na Copinha, a desigualdade está dentro e fora de campo 

Para os clubes que participam da Copinha, os resultados que colocam os clubes tradicionais como os maiores vencedores da competição são o reflexo de uma desigualdade que existe para além das quatro linhas. 

A competição que acontece no estado de São Paulo recebe clubes de todo país. Anualmente, equipes enfrentam dificuldades para se fazer presente na competição. Em 2019, o técnico do time acreano Galvez gerou comoção ao organizar ‘vaquinha’ para pagar passagens de volta da equipe. O clube não possuía recursos para bancar a volta de seus atletas para o estado do Acre.

No ano, a equipe enfrentou ainda problemas como surto de caxumba, desistência de jogadores e delegação reduzida, ainda sim passou da fase de grupos, surpreendendo adversários considerados maiores.

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Hannah Aragão
Graduanda em jornalismo pela Universidade Federal de Pernambuco, a UFPE. Atuei em diferentes áreas da comunicação, como endo marketing, comunicação estratégica e jornalismo impresso. Atualmente me dedico ao jornalismo online na produção de matérias para o FDR.