Empresas brasileiras batem recorde de captação de investimentos; o que esperar para 2022?

No ano passado, as empresas brasileiras bateram recorde de captação de investimentos. Houve a captação de R$ 596 bilhões entre emissões de renda variável, fixa e híbridos. Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

Empresas brasileiras batem recorde de captação de investimentos; o que esperar para 2022?
Empresas brasileiras batem recorde de captação de investimentos; o que esperar para 2022? (Imagem: Montagem/FDR)

Em comparação a 2020, o volume de captação de investimentos foi 60% maior. No exterior, as empresas captaram mais US$ 24,8 bilhões. Com as operações fora do país, as companhias obtiveram R$ 739 bilhões no mercado de capitais, local e internacional, em 2021.

A Anbima ainda informou que foram superados outros recordes. Na renda variável, as empresas emitiram R$ 128,1 bilhões — abaixo apenas do resultado nominal de 2010, de R$ 150,3 bilhões. Na renda fixa e instrumentos híbridos, as companhias captaram R$ 467,9 bilhões, sendo um valor recorde.

Perspectiva da captação de investimentos em 2022

Apesar do resultado positivo em 2021, o cenário macroeconômico já passa a impactar as perspectivas para este ano.

O aumento da taxa de juros — saindo de 2% no começo do ano passado para os atuais 9,25% — causou uma redução na captação em renda variável. Entre o terceiro e quatro trimestre, houve uma queda de 91%. A captação diminuiu de 48 bilhões para 4 bilhões.

As captações também foram afetadas pelo aumento da inflação e das reduções de estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB). Segundo o boletim Focus, o mercado estima que o PIB encerrará este ano com crescimento de apenas 0,36%.

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Diante deste cenário, 2022 tende a ser mais desafiador para investimentos mais arriscados, como a renda variável. Por conta das eleições presidenciais, o mercado deve ficar ainda mais instável.

Apesar disso o vice-presidente da Anbima, Eduardo Laloni, estima que o mercado será resiliente. Ele declara que possa existir um ano mais desafiador — com realocação de portfólio.

No entanto, Laloni alega que o fluxo, que saiu das opções tradicionais de investimento, deve seguir migrando para outros produtos de renda fixa e variável. Ele declara que “é uma tendência que se mantém com juros a 2% ou a 12%”.

Contudo, há a expectativa de que as captações em renda variável diminuam. Em meio a isso, as emissões de renda fixa podem seguir elevando — com emissores procurando operações neste setor para se capitalizar.

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Silvio SuehiroSilvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.
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