Novos tempos para o mercado de carros: a tendência é a compra sob demanda; entenda

Pontos-chave
  • O preço dos carros usados subiu no país;
  • A venda de usados e seminovos, que cresceu 17,8%;
  • A pandemia causou dificuldade para a indústria brasileiras deixou de produzir pelo menos 300 mil automóveis.

Ao longo dos últimos dois anos, os brasileiros ficaram assustados com o aumento de preço dos carros usados no país. De acordo com a Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto), a falta de chips para a produção de novos veículos, que causou a diminuição de ao menos 300 mil novos automóveis zero quilômetro em 2021, foi um dos motivos. 

Isso acabou impulsionando a venda de usados e seminovos, que cresceu 17,8% no ano passado e ultrapassou a marca de 15 milhões de unidades comercializadas.

Maior aumento

O setor de usados e seminovos costumam registrar um crescimento de em média 3% a 4% anualmente.Com isso, esse aumento de quase 18% se tornou o maior de toda a história no país. Somente no mês de dezembro foram vendidos mais de 1 milhão de veículos seminovos e usados. 

Compra sob demanda

A pandemia causou dificuldade para a indústria brasileiras deixou de produzir pelo menos 300 mil veículos zero no ano passado e isso pode ter alterado para sempre a forma como compramos veículos. Esse fenômeno deve acontecer não somente no Brasil, mas no mundo todo.

Além disso, a baixa produção de novos veículos impulsionaram as vendas de usados e seminovos. Dentre elas, a necessidade de levantar dinheiro para pagar dívidas, vendendo seu carro e comprando um de menor valor para “sobrar dinheiro”; uma maior oferta de crédito para financiamentos, o que facilita a compra dos mesmos; além do medo de usar o transporte público, muito por conta da pandemia. Por isso, a expectativa das montadoras de crescer 15% nas vendas de carro zero não se concretizou,ela chegou somente a 3% em 2021.

O que está acontecendo?

Antes do início da pandemia, as fabricantes tentaram prever quais os carros seriam os mais vendidos e acabaram a produzir em maiores quantidades.

Porém, a previsão não era certeira e muito dinheiro era desperdiçado. Juntando a margem de erro com a escassez pandêmica a saída encontrada pelas montadoras foi vender sob demanda. Ao invés de comprar na hora, o cliente escolhe seu carro e encomenda como bem desejar.

Porém, nem todos os clientes estão dispostos a esperar por meses e, no Brasil, a venda de veículos usados e seminovos bateu recorde, crescendo 17,8% ano passado. Foi o maior crescimento da história do setor, que em média, tem altas de 3% a 4% ao ano.

É provável que as vendas continuem sendo realizadas sob demanda. Além de ser mais previsível para as fabricantes, o modelo é mais lucrativo. A Ford USA já está oferecendo um desconto de US$ 1 mil para quem encomendar qualquer veículo com antecedência.

Melhora para o segundo semestre

A previsão é que a produção de carro zero se normalize apenas após o segundo semestre. No entanto, alguns especialistas avaliam que a falta de chips e outros componentes e isso deve se prolongar até 2023, muito por conta do desbalanceamento causado entre oferta e demanda. Isso foi refletido nos preços dos seminovos e usados. 

Grande número de carros

Ter lote com um grande número de carros, caminhões e SUVs é uma grande perda de lucros para revendedores e montadoras.

Mudanças 

As montadoras tentaram mudar para modelo sob medida, com pouco sucesso  pois os americanos não tem paciência para esperar por um carro, querem comprar e já sair com o automóvel da agência.

Tem sido uma lição difícil para novatos como a Polestar, a fabricante sueca de carros elétricos desmembrada da Volvo, que teve que ajustar sua estratégia nos EUA.

A empresa tinha planejado entregar veículos encomendados pelos clientes às lojas, que não transportariam veículos em seus lotes.

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