Segundo registros divulgados pelo pesquisador Bruno Ottoni, da Consultoria IDados, metade da população brasileira está em um emprego que pagam salários baixos. Além de ter pouca estabilidade, longas jornadas de serviços e baixa proteção social. Mas afinal, por que os brasileiros se sujeitam a isso?.
São exatamente 49,3% da população vivendo dentro dessas condições. Para chegar ao número exato, o pesquisador usou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), de 2016 ao terceiro trimestre de 2021.
E as expectativas não são nada otimistas para o próximo ano. Bruno acredita que no início de 2022, quando o mercado de trabalho está em baixa, o número de brasileiros vivendo nessas condições chegará a 50%.
A previsão se encontra com a recente divulgação de uma pesquisa feita pelo IBGE, por meio do Pnad, mostrando que este é o quinto trimestre seguido em que a renda do brasileiro fica em queda.
“Mesmo para quem tem emprego formal, o rendimento é baixo. Na subocupação (quem não consegue trabalho a jornada inteira) ganha-se pouco, e ela vem se mantendo em patamares elevados“, explica o pesquisador Ottoni.
O valor ganho por trabalhador, de acordo com a pesquisa é de R$ 2.449, e não consegue comprar mais que seis cestas básicas por mês. A contagem fica ainda pior quando se considera o salário mínimo federal, hoje de R$ 1.100.
Para 2022 a previsão é de um salário mínimo pagando R$ 1.212. No entanto, sem aumentar o poder de compra do brasileiro, já que o valor da cesta básica passa de R$ 700 em algumas regiões do país, conforme indica o Dieese.
Por que aceitar uma vaga de emprego em condições ruins?
Embora os ganhos não sejam suficientes muitas vezes para bancar uma vida confortável com direitos básicos, este é o único salário que o brasileiro conseguiu.
O número de trabalhador ganhando até um salário mínimo cresceu nos últimos anos, conforme indicou Bruno Imaizumi, da LCA Consultores. Até o mês de setembro eram 36,4% ganhando até essa faixa.
Ainda que seja baixo, o cidadão prefere ganhar pouco do que não ganhar nada. Os preços de vários produtos no país têm acelerado e crescido, logo ter um emprego com mínimo possível de condições para bancar suas despesas é o preferível.
“A esperança é melhorar, né? Piorar não tem mais como. Voltamos para Copacabana agora neste fim de ano, por causa dos turistas e do avanço da vacinação“, diz Leila Micaele vendedora de canudinhos doces.