Mesmo com a retomada gradativa do mercado de trabalho, continua crescente o número de desempregados no Brasil. Mas a situação de desemprego não quer dizer que esses brasileiros estão estagnados, pois 30% dos quase 133,5 milhões de desempregados continuam em busca da reinserção no mercado de trabalho.
Esses milhares de brasileiros permanecem na procura por algum emprego há mais de dois anos. O percentual apresentado já se consolidou como o maior de toda a série histórica que teve início em 2012. Os dados foram apurados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
O levantamento também mostrou que o emprego sem carteira assinada teve um crescimento superior ao trabalho formal em todas as atividades econômicas que abriram vagas. A comparação leva como base o período anual anterior.
Esse estudo também se baseia nos dados apurados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) através do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com o novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Segundo os dados da Pnad Contínua relacionados ao Ipea, o índice de desemprego no Brasil ficou em 12,5% no terceiro trimestre do ano. Os dados dessazonalizados querem dizer que o cálculo não considera a influência de cada ano. Por outro lado, o resultado atual significa o menor nível desde o trimestre móvel encerrado em abril de 2020.
Embora o contingente de pessoas em busca de emprego ainda tenha sido de 13,5 milhões, se tratando do conjunto da situação, nota-se um elevado patamar de desocupação e subocupação com o aumento do tempo de permanência na condição de desemprego. Ou seja, é apenas mais um indício de que a situação do mercado de trabalho continua desafiadora.
“No terceiro trimestre de 2021, a proporção de desempregados que estavam nesta situação havia mais de dois anos chegou a 29%, atingindo o maior patamar da série”, disse a Carta de Conjuntura do mercado de trabalho divulgada pelo Ipea nesta terça-feira, 21.
O total de empregos com carteira assinada no setor privado teve um crescimento de 5,9% no terceiro trimestre de 2021, ante o terceiro trimestre de 2020. Neste mesmo período, o montante de profissionais sem carteira assinada no setor privado aumentou 18,5%, enquanto o número de trabalhadores autônomos tev uma elevação de 18,4%.
Conforme apurado, dez das 13 atividades econômicas nas quais houve uma alta no emprego com carteira assinada, a variação foi mais leve do que em relação a empregos sem carteira assinada.
No cenário específico dos serviços domésticos, a maior distinção registrada entre o crescimento anual do emprego formal foi de + 4%, e do emprego informal, + 28,1%.