Eleições 2022: Mercado financeiro começa a definir seus canditos preferidos à Presidência

Pontos-chave
  • Mercado começa a movimentação para definir um candidato a ser apoiado em 2022
  • Escolha do vice-presidente será importante para Lula e Bolsonaro
  • Lula pode escolher Alckmin como vice

As próximas eleições só acontecem em outubro do ano que vem, porém, o mercado financeiro já está discutindo qual será o candidato ideal para ele.

A CNN consultou nas últimas semanas participantes relevantes no mercado. Veja detalhes.

A CNN falou com: dois CEOs de duas das mais importantes gestoras do país, o economista-chefe de um dos maiores bancos do pais e o presidente do Conselho de Administração de uma das maiores instituições financeiras e ainda analistas de mercado e casas de análise.

Como a data das eleições ainda está longe, as fontes optaram por não se identificar neste momento.  

O economista do banco afirmou que mercado anda dividido entre quem se decepcionou com a gestão do presidente Jair Bolsonaro e entre quem teme a volta de Luiz Inácio Lula da Silva à presidência.

“O que não tem hoje é o quadro de quatro anos atrás, quando o mercado não pestanejava em relação a Bolsonaro. Hoje já há um receio de que ele se torne um presidente populista”, disse.

Um ponto chave que pode funcionar até como critério de desempate, é quem será o vice-presidente da República, fator que pode ajudar tanto Lula como também um candidato de terceira via, o grande desejo do mercado para as eleições  2022. Porém esta terceira via ainda parece um sonho distante de se tornar real.

De acordo com o economista, o mercado tem mirado suas atenções no vice, uma vez que o candidato Sergio Moro precisa de um bom vice para realizar uma articulação política satisfatória.

No caso de Lula, caso ele escolha Geraldo Alckmin, ex-governador de São Paulo, isto pode sinalizar que ele será mais sutil e irá andar mais ao lado do centro.

Eleições 2022

A respeito do candidato Lula, o economista utiliza uma frase muito comum entre economistas: se será o Lula de 2022 vai ser o “Lula 1” ou “Lula 2”. Caso o “Lula 1” venha a tona, o apoio dos brasileiros será maior, disse ele se referido ao primeiro mandato do ex-presidente, em 2003, momento em que ele nomeou pessoas respeitadas na equipe econômica e escreveu a carta ao mercado

Mas também pode aparecer o “Lula 2”, quando o governo foi mais intervencionista e ficou rodeado de nomes como Guido Mantega e Arno Augustin.

Já o presidente do conselho de uma das grandes instituições financeiras existentes no mercado, tem questões a respeito de Lula, e está mais interessado na disputa entre ex-juiz Sergio Moro e atual governador de São Paulo, João Doria, mesmo que intenção de voto para ambos ainda não esteja expressiva. Ele ressalta que Bolsonaro está atualmente com a maior rejeição dentro do mercado. 

Para ele, o maior problema do Lula é seu partido, o PT, uma vez que o CNPJ de Luis Inácio é seu partido. Porém, caso Lula se una a Geraldo Alckmin, a união dos dois traria uma sensação de segurança para o mercado.

No caso de Moro, o executivo diz que ele é um candidato com potencial, porém depende de quem será escolhido para ser vice também para sua equipe.

Dória está perdendo nas pesquisas, porém, ele afirma que nunca podemos duvidar de uma pessoa com tanta vontade de vencer.

Ele finaliza dizendo que o maior medo do mercado atualmente é que Bolsonaro seja eleito, uma vez que ele tem perfil errático e causa muita volatilidade na Bolsa. 

O CEO de uma das mais importantes gestoras do Brasil vem para reforçar essa visão.

Ele diz que a Faria Lima, famosa avenida da cidade de São Paulo onde ficam muitas empresas do mercado financeiro, demonstram grande decepção com Jair Bolsonaro, mesmo que Paulo Guedes seja muito conhecido no mercado.

Já Lula obteve algumas pontes com o mercado em sua gestão. Com tudo isso, o desejo de uma terceira via permanece.

Paulo AmorimPaulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.