Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne hoje (8); qual expectativa para Selic?

Ainda hoje, 8, conheceremos qual foi a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) sobre a nova Taxa Selic. A expectativa é de que a taxa que atualmente está em 7,75% seja elevada em 1,5 ponto percentual, fechando este ano em 9,25%.

Se, de um lado, a inflação corrente permanece muito pressionada, por outro lado a atividade perdeu força antes do projetado. Isto sinaliza que o ano que vem será bem mais complicado repassar a alta de custos aos consumidores, o que de início pode indicar a necessidade de um ritmo de aperto mais lento da política monetária.

O início do atual ciclo da Taxa Selic foi em março deste ano, quando a taxa cresceu de 2% para 2,75% ao ano.

A taxa é utilizada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e é a base para as outras taxas da economia. Ela é o instrumento mais importante do Banco Central para manter a inflação sob controle.

Diariamente, o BC trabalha através de operações de mercado aberto, isto é, comprando e vendendo títulos públicos federais como forma de manter a taxa de juros próxima ao valor estabelecido na reunião.

A aumentar a Selic, o objetivo do Copom é conter a demanda aquecida e esta ação acaba refletindo nos preços, uma vez que os juros altos deixam o crédito mais caro e impulsiona a poupança.

Quando a Selic está em baixa, geralmente o crédito fica mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e incentivando a atividade econômica.

Porém, as taxas de juros do crédito não mudam na mesma proporção da Taxa Selic, uma vez que a Selic é somente uma parte do custo do crédito. Também são levados em conta pelos bancos outros fatores no momento de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

A cada 45 dias acontece uma reunião do Copom. Na primeira etapa, são realizadas as apresentações técnicas sobre a evolução e as projeções das economias brasileira e global e o movimento do mercado financeiro.

Já na segunda etapa, os membros do Copom, composto pela diretoria do BC, apreciam as possibilidades e definem a Selic.

Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.