Bradesco anuncia parceria nos EUA para classe média começar a investir no exterior

O Bradesco firmou uma parceria com a fintech sediada em Miami, BCP Global, com objetivo de criar uma plataforma de investimentos digitais para brasileiros ricos e de classe média alta.

Através desta parceria, os clientes do Bradesco terão acesso a carteiras globais concebidas e administradas em parceria com a BlackRock, disse o diretor executivo do banco, Leandro Miranda.

Miranda disse ainda que quem possuir no mínimo US$10 mil poderão abrir sua conta de investimento nos Estados Unidos em cerca de 15 minutos, acrescentou Miranda.

“O Bradesco tem cerca de dois milhões de clientes com mais de R$ 100 mil investidos conosco. Ou seja, o potencial para o novo serviço é enorme. Nossos benefícios fiscais exclusivos também trarão mais clientes ao banco em busca do produto”, afirmou Ricardo Lanfranchi, CEO e presidente da Bradesco Global Advisors, o braço de assessoria de investimentos do banco nos Estados Unidos.

No Brasil é crescente a procura de investimentos em dólar por pessoas físicas. Neste ano as ações em dólar despencaram 17%, por conta da volatilidade causada pela eleição presidencial que acontece em 2022 e também pela preocupação com a política fiscal.

Isto fez com que muitos investidores brasileiros diversificassem o risco, o que inclui também os investimentos internacionais. 

Atualmente, o Bradesco possui R$545 bilhões em ativos sob gestão e em 2019, a instituição fechou um acordo de US$ 500 milhões para adquirir o BAC Florida Bank, em Coral Gables, na Flórida, que trabalha com clientes de alta renda, em especial, da América Latina.

Corretagem digital no futuro 

Medidas parecidas estão sendo adotadas em empresas concorrentes. Com sede em Miami, a Avenue Securities, recebeu no mês de agosto uma segunda rodada de investimentos de US$ 30 milhões liderada pelo fundo da América Latina do SoftBank.

A empresa oferece serviços de corretagem para investidores brasileiros que querem apostar em ativos nos EUA.

A BCP Global, que oferece soluções digitais para instituições financeiras na América Latina, utiliza uma estratégia que reinveste dividendos e demais distribuições para ajudar a evitar a necessidade potencial de pagamentos diários de impostos para não-residentes nos EUA.

Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.