Fila de espera liberada? Entenda MP do Auxílio Brasil que cria brecha para espera

Pontos-chave
  • Senadores aprovaram um projeto de lei que altera a legislação do novo projeto social;
  • O governo federal teria por obrigação garantir a concessão do auxílio Brasil para todos os brasileiros;
  • Com mais de 2 milhões de pessoas nas filas de espera das políticas públicas, o STF interviu na situação.

Governo federal encontra forma de manter filas de espera para o Auxílio Brasil. Na última semana, os senadores aprovaram um projeto de lei que altera a legislação do novo projeto social. Inicialmente, sob decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministério da cidadania não poderia deixar nenhum brasileiro pobre sem acesso ao abono. Porém, essa decisão foi alterada.

Fila de espera liberada? Entenda MP do Auxílio Brasil que cria brecha para espera (Imagem: FDR)
Fila de espera liberada? Entenda MP do Auxílio Brasil que cria brecha para espera (Imagem: FDR)

O Auxílio Brasil começou a ser pago em novembro, mas ainda está com seu texto de consolidação em constante mudanças. Na última quinta-feira (02), o Senado se reuniu para debater a possibilidade de permitir filas de espera para ter acesso ao abono. A situação tinha sido proibida pelo STF, mas deve ser revertida em dezembro.

O que diz o STF?

De acordo com o Supremo, o governo federal teria por obrigação garantir a concessão do auxílio Brasil para todos os brasileiros que comprovassem situação de vulnerabilidade social.

Isso implica dizer que o programa não poderia atuar com fila máxima de concessão, atendendo a todos aqueles que se enquadrassem em suas regras.

A decisão do STF foi motivada mediante o atual cenário de crise econômica, onde o país voltou ao mapa da fome. Há meses a população vulnerável relata estar com acesso restrito ao Cadastro Único, plataforma que permite a ingressão nos projetos sociais.

Com mais de 2 milhões de pessoas nas filas de espera das políticas públicas, o STF interviu na situação quando foi aprovado o Auxílio Brasil. Para que o novo Bolsa Família funcionasse, o governo deveria manter a rotatividade dos cadastrados, garantindo o direito de recebimento das mensalidades.

Mudanças são avaliadas no Senado

Com receio dos impactos da medida na folha orçamentária, o governo federal passou a pressionar o Senado para encontrar uma brecha que limitasse o teto fiscal do projeto. Pelo novo texto, o ministério da cidadania poderá deixar de atender quem tem direito ao benefício se não houver dinheiro reservado no Orçamento para isso.

Ficou decidido que a obrigação da inclusão total da população só poderá ser feita mediante a liberação orçamentária para a manutenção da pasta. Para justificar a mudança, o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), afirmou que:

Ao longo do ano que vem, se forem se formando novos cadastros, vai ser formada uma fila, mas o Orçamento já foi aprovado e nós não temos como fazer essas pessoas serem atendidas dentro do próprio ano. Então, elas serão atendidas no ano subsequente“.

Atualmente, quem pode receber o Auxílio Brasil?

O público alvo do programa foi anunciado pelo Ministério da Cidadania, sendo ele:

  • Famílias em condição de extrema pobreza (renda mensal de até R$ 89 por pessoa, segundo o padrão atual do governo)
  • Famílias em condição de pobreza (renda mensal entre R$ 89 e R$ 178 por pessoa, segundo o padrão atual do governo) com gestantes ou pessoas com idade até 21 anos

Regras de concessão do Auxílio Brasil

  • Ter renda familiar per capita de até R$ 89; ou
  • Ter renda familiar per capita de até R$ 178 (no caso de famílias que tenham em sua composição gestantes, nutrizes, crianças e/ou adolescentes até 17 anos);
  • Estar inscrito no CadÚnico;
  • Estar com dados atualizados no CadÚnico há, pelo menos, dois anos;
  • Crianças e adolescentes com idade escolar (entre 6 e 15 anos) devem ter, no mínimo, 85% de presença nas aulas;
  • Os jovens entre 16 e 17 anos, a frequência mínima exigida é de 75%;
  • Crianças menores de 7 anos precisam estar com as vacinas em dia e devem comparecer ao posto de saúde para realizar o monitoramento e o acompanhamento do crescimento;
  • Gestantes devem comparecer às consultas de pré-natal e participar de atividades educativas ofertadas pelo Ministério da Saúde sobre aleitamento materno e alimentação saudável;
  • Acompanhamento de saúde das mulheres que possuem 14 a 44 anos de idade.

É válido ressaltar que em novembro, quando foi liberada a primeira mensalidade do projeto, foram contempladas 14 milhões de famílias. No entanto, eu seu lançamento, o Auxílio Brasil garantia a inclusão de ao menos 17 milhões de beneficiários.

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Eduarda Andrade
Mestre em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a edição do Portal FDR e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas sociais. Começou no FDR há três anos, ainda durante a graduação, no papel de redatora. Com o passar dos anos, foi se qualificando de modo que chegasse à edição. Atualmente é também responsável pela produção de entrevistas exclusivas que objetivam esclarecer dúvidas sobre direitos e benefícios do povo brasileiro. - Além do FDR, já trabalhou como coordenadora em assessoria de comunicação e também como assessora. Na sua cartela de clientes estavam marcas como o Grupo Pão de Açúcar, Assaí, Heineken, Colégio Motivo, shoppings da Região Metropolitana do Recife, entre outros. Possuí experiência em assessoria pública, sendo estagiária da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco durante um ano. Foi repórter do jornal Diário de Pernambuco e passou por demais estágios trabalhando com redes sociais, cobertura de eventos e mais. - Na universidade, desenvolve pesquisas conectadas às temáticas sociais. No mestrado, trabalhou com a Análise Crítica do Discurso observando o funcionamento do parque urbano tecnológico Porto Digital enquanto uma política pública social no Bairro do Recife (PE). Atualmente compõe o corpo docente da Faculdade Santa Helena e dedica-se aos estudos da ACD juntamente com o grupo Center Of Discourse, fundado pelo professor Teun Van Dijk.