Crise dos semicondutores derruba compra e produção de veículos

A escassez de semicondutores fez com que a produção industrial automotiva registrasse o pior patamar dos últimos 5 anos, de acordo com dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).

“Infelizmente a demanda reprimida, somada ao tradicional aquecimento de fim de ano, poderá não ser atendida pela oferta”, disse o presidente da Anfavea, Luis Carlos Moraes, em nota.

Segundo a associação, houve ainda uma diminuição de 1,7% de produção e de 5% das vendas de caminhões no mês de outubro, momento em que a produção passou a ser a ser afetada pela crise de semicondutores. “Por terem volumes de produção menores do que os automóveis, os caminhões ainda não tinham sido fortemente impactados pela falta de itens eletrônicos até então”, disse a associação.

A falta de semicondutores no mercado já atinge todo mundo e prejudica a produção global de veículos. O mercado internacional não está conseguindo atender toda a demanda por chips que aumentou devido a retomada da economia.

Foi divulgado também pela Anfavea que as exportações de veículos aumentaram 26,1% (29,8 mil unidades) em comparação com setembro, por, ao comparar com o mesmo mês do ano passado,  uma queda de 14,6% é detectada.

Situação só deve melhorar no próximo ano

Milad Kalume Neto, diretor de desenvolvimento de negócios da JATO Dynamics, projeta que este problema deve melhorar tanto para as empresas como para os consumidores no próximo ano.

O especialista explicou em uma entrevista dada a CNN Brasil, que a queda na produção de automóveis em decorrência da crise dos semicondutores está provocando altos preços nos veículos no mercado. “Não é uma crise local que estamos vivenciando, é no mundo inteiro, e com uma perspectiva de retorno somente no final do próximo ano”, disse.

Segundo Kalume, as projeções revelam uma retomada ao ritmo normal na fabricação de semicondutores apenas no segundo semestre do próximo ano. “Tudo dentro do veículo e da vida leva semicondutor. Ele está presente em todos os computadores, microprocessadores, enfim, em todos os elementos da sua vida”, afirmou.

Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.