Nesta segunda-feira (29), o dólar à vista fechou com alta de 0,27%, sendo negociado a R$ 5,6114. Este foi o maior patamar desde 1º de novembro (R$ 5,6712). Os investidores seguem atentos aos desdobramentos da variante do coronavírus, o ômicron. O cenário fiscal local também segue no radar.
Durante a segunda, a moeda norte-americana variou entre R$ 5,798 (redução de 0,29%) e R$ 5,641 (elevação de 0,80%). Na última sexta-feira (26), o dólar tinha aumentado 0,55%, a R$ 5,5961.
O que está impactando o dólar
Nesta segunda, houve uma correção nos mercados depois do impacto maior na sexta-feira — quando os ativos mundiais foram afetados pela descoberta da nova variante do coronavírus. A notícia relativa ao covid-19 fez com que governos realizassem ações restritivas de viagens.
Por conta deste cenário, aumentou a atenção sobre um possível aumento de juros nos Estados Unidos. Com isso, haveria a tendência de subir os retornos proporcionados pelos títulos do Tesouro dos EUA. Consequentemente, o dólar se tornaria mais atraente.
Na perspectiva local, os investidores seguem atentos à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios no Senado. O governo tem visto essa proposta como forma de viabilizar o programa Auxílio Brasil.
A PEC prevê o adiamento de pagamento de dívidas do governo já reconhecidas pela Justiça. Além disso, o texto sugere mudança no cálculo do teto de gastos.
Nessa segunda, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) se posicionou a favor da proposta indicada pelo governo. Ele revelou que a votação deve acontecer no plenário na próxima quinta-feira (2).
Outra notícia que afetou a cotação da moeda brasileira foi que, segundo a Reuters, o governo não descarta a possibilidade de utilizar o Orçamento de Guerra para viabilizar o Auxílio Brasil. Esta opção seria em caso de não aprovação da PEC dos Precatórios.
No ano passado, o governo já havia lançado mão do Orçamento de Guerra. O objetivo tinha sido de lidar com os impactos sanitários e econômicos da pandemia de covid-19. Essa medida prevê o descumprimento de parâmetros e limitações fiscais.
De modo geral, o mercado segue atento às ameaças de rompimento do teto de gastos. As preocupação sobre as contas públicas no pais estão presentes entre os investidores.