IPCA-15: O que ficou mais caro ou mais barato até agora em novembro?

Pontos-chave
  • A prévia da inflação já está acima de 10% nos últimos 12 meses;
  • O grupo de Transportes teve a maior variação em novembro;
  • O grupo de Vestuário também contribuiu para o resultado mensal.

Em novembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação, teve aumento de 1,17%. Em outubro, a taxa registrada havia sido de 1,20%. A informação foi divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quinta-feira (25).

IPCA-15: O que ficou mais caro ou mais barato até agora em novembro?
IPCA-15: O que ficou mais caro ou mais barato até agora em novembro? (Imagem: Montagem/FDR)

Segundo o IBGE, essa é a maior variação para um mês de novembro dede 2002. Na ocasião, a variação positiva do índice tinha sido de 2,02%. No acumulado anual, houve um aumento de 9,57%. Já nos últimos 12 meses, o IPCA-15 foi de 10,73% — acima dos 10,34% indicados nos 12 meses imediatamente anteriores.

Resultado do IPCA-15 de novembro por grupos de produtos e serviços

O IBGE revela que todos os nove grupos de produtos e serviços apresentaram alta em novembro. A maior variação (2,89%) foi dos Transportes. A segunda maior variação mensal veio do grupo Vestuário (1,59%). Por outro lado, as menores altas foram de Educação (0,01%) e Comunicação (0,32%).

Para cada um dos grupos, este foi o resultado do IPCA-15 de novembro:

  • Transportes: 2,89%
  • Vestuário: 1,59%
  • Artigos de residência: 1,53%
  • Habitação: 1,06%
  • Saúde e cuidados pessoais: 0,80%
  • Despesas pessoais: 0,61%
  • Alimentação e bebidas: 0,40%
  • Comunicação: 0,32%
  • Educação: 0,01%

Itens que influenciaram o resultado dos grupos

Com relação ao grupo de Transportes, a maior influência foi da gasolina (6,62%). Neste ano, o combustível já registra aumento de 44,83%. Ainda houve elevações nos valores do óleo diesel (8,23%), do etanol (7,08%) e do gás veicular (2,59%).

Neste grupo, os preços dos automóveis novos (1,92%) e usados (1,91%) continuam em alta. Essa tendência também é observada nas motocicletas (1,26%). Outro destaque foram os transportes por aplicativo (16,23%) — que já haviam elevado 11,60% no mês passado.

Ao considerar as quedas, o IBGE registrou redução nos preços das passagens aéreas (-6,34%). Isso acontece após dois meses de aumentos expressivos (28,76% em setembro e 34,35% em outubro).

Os preços dos combustíveis seguem aumentando ao longo dos meses
Os preços dos combustíveis seguem aumentando ao longo dos meses (Imagem: Montagem/FDR)

Em Habitação, a principal contribuição foi do gás de botijão (4,34%) — cujos valores aumentaram pelo 18º mês seguido. Desde o período iniciado em junho de 2020, houve alta de 51,05% neste item.

A energia elétrica (0,93%) registrou diminuição na variação em relação a outubro (3,91%). Desde setembro, está em vigor a bandeira tarifária Escassez Hídrica, que adiciona R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos.

O grupo Saúde e cuidados pessoais foi impactado pelas subidas dos itens higiene pessoal (1,65%) e produtos farmacêuticos (1,13%).

Em Vestuários, todos os itens pesquisados subiram. Os destaques são as roupas femininas (2,05%), masculinas (1,88%) e infantis (1,30%), além dos calçados e acessórios (1,28%).

Sobre o grupo Alimentação e bebidas, houve uma desaceleração — de 1,38% em outubro para 0,40% em novembro. Isso acontece por conta dos aumentos menos intensos em alguns subitens. Como exemplo, estão o tomate (14,02%), o frango em pedaços (3,07%) e o queijo (2,88%).

Este grupo registrou diminuição nas carnes (-1,15%), no leite longa vida (-3,97%) e nas frutas (-1,92%).

Por outro lado, o IBGE informou que os valores da batata-inglesa (14,13%) elevaram mais que o visto em outubro (8,57%). Já a cebola teve variação positiva (7,00%). No mês anterior, este alimento tinha apresentado queda de 2,72%.

Resultado do IPCA-15 de novembro por áreas pesquisadas

O instituto indica que todas as áreas pesquisadas tiveram alta em novembro. A maior variação foi registrada em Goiânia (1,86%). O resultado nesta localidade foi influenciado pela energia elétrica (10,93%) e pela gasolina (5,87%).

Por outro lado, o menor resultado aconteceu na região metropolitana de Belém (0,76%). Esta área passou por redução nos valores da energia elétrica (-2,05%) e do açaí (-9,30%).

Para cada uma das áreas pesquisadas, este foi o resultado do IPCA-15 de novembro:

  • Goiânia: 1,86%
  • Salvador: 1,47%
  • Fortaleza: 1,35%
  • Belo Horizonte: 1,34%
  • Brasília: 1,34%
  • Recife: 1,23%
  • Curitiba: 1,22%
  • Rio de Janeiro: 1,20%
  • Porto Alegre: 1,15%
  • São Paulo: 0,95%
  • Belém: 0,76%

O IPCA-15 de novembro

Para calcular o último IPCA-15, foram coletados os preços entre 14 de outubro e 12 de novembro (referência). O IBGE comparou os resultados com os vigentes de 15 de setembro a 13 e outubro (base).

Esse indicador abrange as famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos. São englobadas as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia.

A metodologia usada pelo IBGE é a mesma do IPCA. Contudo, há a diferença em relação ao período de coleta e abrangência geográfica.

Silvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.