Fim do Bolsa Família é ruim? Programa termina após 18 anos funcionando

O tradicional Bolsa Família foi extinto após 18 anos em vigor amparando milhares de famílias brasileiras em situação de vulnerabilidade social. Agora o pódio de programa social será passado para o Auxílio Brasil. 

Fim do Bolsa Família é ruim? Programa termina após 18 anos funcionando
Fim do Bolsa Família é ruim? Programa termina após 18 anos funcionando. (Imagem: FDR)

Durante quase dois anos, o Bolsa Família foi integrado ao auxílio emergencial, programa de transferência de renda criado em decorrência dos impactos da pandemia da Covid-19. Neste tempo, os 14,6 milhões de bolsistas tiveram a chance de ganhar uma quantia um pouco mais elevada. 

Criado na gestão petista pelo ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, no ano de 2003, o Bolsa Família foi o ponto de partida para tirar milhares de famílias da miséria.

Embora a oferta fosse mínima e não passasse pelo reajuste inflacionário há anos, ainda assim foi uma forma de assegurar alguma comida na mesa dessas pessoas. 

O programa destinava um recurso mensal no valor médio de R$ 189 para famílias caracterizadas nas linhas de pobreza e extrema pobreza, com uma renda mensal per capita entre R$ 89 e R$ 178, respectivamente. Mas para receber a cota máxima do programa, o grupo familiar deveria ser composto por gestantes, crianças ou adolescentes de até 17 anos de idade.

Enquanto isso, também existiam alguns outros benefícios complementares que aumentavam o valor mensal do Bolsa Família a depender da composição familiar, se limitando a cinco pessoas por família. Eram eles:

  • R$ 41: para famílias com renda mensal per capita de até R$ 178, e que possuam em sua composição crianças ou adolescentes de até 15 anos;
  • R$ 41: para famílias com renda mensal per capita de até R$ 178, e que possuam em sua composição gestantes, se limitando a nove parcelas mensais;
  • R$ 41: para famílias com renda mensal per capita de até R$ 178, e que possuam em sua composição crianças de até seis meses, se limitando a seis parcelas mensais;
  • R$ 48: para famílias com renda mensal per capita de até R$ 178, e que possuam em sua composição adolescentes entre 16 e 17 anos de idade;

Além disso, o Bolsa Família pagava um benefício complementar para auxiliar as famílias a superarem a condição de extrema pobreza. Este amparo era direcionado a grupos familiares com renda mensal per capita inferior a R$ 89, mesmo após receberem os benefícios complementares mencionados.

Agora, o novo Bolsa Família que começará a ser pago neste mês de novembro, promete dobrar o valor da parcela e ampliar o número de beneficiários. A primeira parcela será de R$ 217,18, com a chance de aumentar o valor do benefício para R$ 400 de dezembro em diante.

O mesmo vale para a inclusão de novos integrantes no programa, que pode passar a atender  17 milhões de famílias no final deste ano. 

Nota-se que, no geral, o Bolsa Família não foi em programa ruim, pois foi capaz de garantir uma ajuda financeira, mínima que fosse, para milhares de brasileiros em situação de vulnerabilidade social.

É nítido que melhorias poderiam ter sido feitas dentro desses 18 anos de vigência. Mas agora, a esperança é para que todo o empenho seja depositado no Auxílio Brasil.

Laura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.