Open Banking: afinal, existe risco em compartilhar os seus dados?

Pontos-chave
  • Sistema só compartilha informações caso o cliente deseje
  • Instituições terão um desafio para convencer os clientes a aderir
  • Tudo será feito de forma digital e segura

Em 2019, começou a ser estruturada pelo Banco Central (BC) uma novidade no mercado financeiro, o Open Banking. Este sistema gerou muitas dúvidas na população a respeito da segurança dos dados, uma vez que Open Banking faz o compartilhamento das informações cadastrais e transacionais de clientes de instituições bancárias. Saiba mais logo abaixo sobre esse sistema.

Thiago Bordini, professor e coordenador da pós-graduação em Cyber Threat Intelligence no Instituto DARYUS de Ensino Superior Paulista (IDESP) afirma que o Open Banking é uma forma segura de compartilhamento de dados. “O principal ponto de vulnerabilidade e que precisa de um pouco mais de atenção é saber como as instituições bancárias vão tratar essas informações. Onde armazenarão e como farão a segurança deste método de transmissão de dados”, disse.

Ele faz um alerta a respeito do risco de vazamento destes dados e o compartilhamento errado destas informações. “Serão abertas novas portas de comunicação no mundo digital e toda vez que ocorre alguma inovação, ela acaba sendo explorada pelos hackers”, comenta.

Olhando do prisma tecnologia, um grande desafio que as instituições irão enfrentar é a estruturação dos dados e convencer os clientes a compartilhar suas informações. “O consumidor terá a possibilidade de compartilhar um cadastro completo ou somente uma determinada informação. Esse compartilhamento granular de dado talvez seja um dos grandes pontos de atenção para o processo de integração das instituições”, explicou Thiago.

Já sobre a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), o risco de violação é baixo. Thiago explica que os dados só são compartilhados se o cliente autorizar.

Entenda o Open Banking

O Open Banking é uma nova plataforma tecnológica que irá conectar todo o sistema financeiro. Todas as regras desta novidade serão elaboradas pelo Banco Central.

A partir da plataforma, os brasileiros vão poder autorizar as instituições financeiras a fazerem o compartilhamento de seus dados pessoais e bancários com terceiros. Tudo será feito de forma digital e segura e somente com a autorização.

Quem pode participar da plataforma

A participação dos grandes e médios bancos do país classificados (os chamados S1, com porte igual ou superior a 10% do Produto Interno Bruto, ou que possuam atividade internacional relevante, independente do porte) e do segmento S2 (porte inferior a 10% e igual ou superior a 1% do PIB), é obrigatória.

Já para as outras instituições, a participação é opcional.

Vantagens do Open Banking

Por meio da interligação entre as instituições financeiras participantes e dos dados que serão compartilhados entre elas, a plataforma permitirá, por exemplo, que o consumidor consiga conectar sua conta bancária a um app que analisa sua vida financeira.

Com isso, ele pode receber dicas de investimentos, oferta de produtos, entre outras coisas.

Todos serão obrigados a compartilhar os dados? É seguro?

Não. Somente após a autorização do cliente é que a instituição financeira poderá compartilhar seus dados. A autorização deve ser bem clara. O sistema é totalmente seguro.

Caso um cliente que possua conta no banco A queira fazer um empréstimo num banco B, por exemplo, ele precisa dar uma autorização específica para que seus dados relacionados ao crédito no banco A sejam repassados. Esta autorização tem validade de um ano e caso não seja renovada, ela perde a validade.

Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.