Buscando reeleição em 2022, metade do orçamento do Auxílio Brasil vai para o Nordeste

Os impactos das novas propostas voltadas à criação do Auxílio Brasil impactou o cenário econômico na última semana. O anúncio sobre parcelas de R$ 400 e a inclusão de mais três milhões beneficiários no novo programa gerou uma espécie de crise fiscal. 

Buscando reeleição em 2022, metade do orçamento do Auxílio Brasil vai para o Nordeste
Buscando reeleição em 2022, metade do orçamento do Auxílio Brasil vai para o Nordeste. (Imagem: FDR)

As propostas atuais, de certa forma, representam um retrocesso nos trâmites do Auxílio Brasil, tendo em vista que se tratam das intenções iniciais vinculadas à criação do programa.

No entanto, ao longo dos últimos meses elas foram deixadas de lado em meio às dificuldades de encontrar uma fonte de financiamento capaz de suprir a nova demanda. 

Foi então que várias novas sugestões de ofertas de renda foram apresentadas, junto algumas menções para custeá-las, as quais são foram bem recebidas.

Agora, meses mais tarde e após diversos debates, a equipe técnica do Governo Federal decidiu se arriscar ao voltar a propor uma quantia que representa o dobro do programa atual, além de ampliar a capacidade de atendimento do Auxílio Brasil.

Mas desde o princípio ficou claro que as investidas do prometido programa de transferência de renda se tratam de estratégias políticas para a reeleição de Bolsonaro. Não tendo relação exclusiva e própria com as necessidades do povo brasileiro em situação de vulnerabilidade social.

Até mesmo porque, durante toda a carreira política, Bolsonaro se posicionou contra a implementação e manutenção de programas sociais, sobretudo, o Bolsa Família.

Criado pelo ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, no ano de 2004, o Bolsa Família foi severamente criticado por Bolsonaro que, por diversas vezes tentou acabar com o programa.

Agora, à frente do Executivo Federal, o presidente enxergou que o meio para conquistar o apoio dos cidadãos de baixa renda que formam a maior parcela da população brasileira, é preciso investir em causas sociais. 

Auxílio Brasil no Nordeste

No entanto, a consciência e empenho sobre esta investida surgiu somente após Bolsonaro notar a queda na popularidade demonstrada por pesquisas recentes.

E para dar a volta por cima, ele tem se concentrado na região Nordeste, onde ele tem o menor índice de aprovação.

Por isso, a região terá a chance de receber quase metade do valor investido no Auxílio Brasil, o correspondente a R$ 36,6 bilhões no ano de 2022, ano de pleito eleitoral.

O impacto positivo do Auxílio Brasil no Nordeste é essencial para a reeleição de Bolsonaro. De acordo com a Pesquisa Ipec publicada em setembro, 16% dos entrevistados nordestinos consideram a gestão de seu governo boa ou ótima. O número é inferior aos 22% da média nacional.  

A intenção no Palácio do Planalto é retomar o pico de popularidade de Bolsonaro, como aconteceu com a oferta do auxílio emergencial. Para se ter uma noção do cenário, em setembro do ano passado, o índice de aprovação do presidente entre os nordestinos que consideravam o governo ótimo ou bom era de 33%, contra a média nacional de 40%. 

Desta forma, o Governo Federal também promete zerar a fila de espera do atual Bolsa Família que reúne 1,19 milhão de pessoas. Desse total, 41,6% se encontram na região Nordeste, que concentra 27% da população brasileira.

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Laura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.