Mesmo diante da afirmação de Jair Bolsonaro de que o ministro da Economia, Paulo Guedes, não será substituído, dois assessores do presidente estão em busca de um novo representante para a pasta. Ao que parece, esses interlocutores têm o aval de Bolsonaro para fazer tais especulações.
Os assessores de Bolsonaro estão decididos de que Paulo Guedes precisa ser afastado do cargo, pois no entendimento deles, o Ministério da Economia precisa de uma ‘cara nova’. No entanto, também existe a possibilidade de o ministro pedir demissão, motivo pelo qual o Governo Federal precisa estar preparado.
Não é novidade a insatisfação da equipe técnica de Bolsonaro, junto a tantos outros líderes partidários com Paulo Guedes, sobretudo após ser descoberta uma offshore comandada pelo ministro no exterior.
Tendo em vista que Guedes tem mostrado um posicionamento bastante contrário às promessas que fez quando assumiu o cargo, o presidente tem sido aconselhado a demiti-lo.
Na última semana, Paulo Guedes disse que deseja permanecer no cargo, pelo menos, até as reformas estruturais que sempre defendeu serem aprovadas. Um exemplo é a reforma tributária e a recente Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos precatórios. Mas vale destacar que Guedes informou que sua permanência no Ministério tem um limite.
A menção sobre os dias contados de Guedes foi feita diante da preocupação do ministro em precisar se envolver em medidas que colocassem a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) em risco, levando-o a buscar um novo cargo.
Mas ao que parece, a influência da equipe técnica já recaiu sobre Paulo Guedes, pois nesta semana ele informou sobre a possibilidade de requerer a autorização para ultrapassar o teto de gastos, novamente indo contra a uma promessa.
Enquanto isso, nessa quinta-feira, 21, quatro secretários do Ministério da Economia, abandonaram os cargos em virtude da estratégia do governo em alterar as regras do teto de gastos. Esta medida visa abrir espaço no Orçamento para adquirir verba que será destinada ao financiamento do Auxílio Brasil, entre outras despesas, como o auxílio para caminhoneiros.
Para o secretário Especial de Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, Bruno Funchal, a atitude do governo reflete o descompromisso com a responsabilidade fiscal, findando com qualquer resquício da credibilidade da política econômica.
É importante explicar que os secretários não são contrários ao aumento no valor das parcelas que serão oferecidas pelo Auxílio Brasil. Mas defendem medidas que seguem a legislação para viabilizar o programa. Para eles, a alteração mais cabível seria o corte de gastos, e não ações que estimulam o endividamento público.