- Alimentos permanecem com preço em alta mediante cenário de inflação;
- País contabiliza cenário de crise com alta de mais de 10% no preço dos produtos;
- Cesta básica é atualizada e há novo reajuste previsto para outubro.
Brasileiros trabalham mais e comem menos. Desde maio de 2020 a inflação vem em crescente, atualmente registrada em mais 10%. Com isso, o preço dos alimentos passa a subir absurdamente, fazendo com que o país volte ao mapa da fome. Economistas acreditam que as previsões de baixa nos valores ainda são mínimas.
Com a chegada do novo coronavírus e as instabilidades do governo federal, o Brasil está vivenciando uma das maiores crises das últimas décadas. O valor dos alimentos está cada vez mais alto, fazendo com que uma cesta básica seja comercializada por cerca de R$ 600.
Especialistas afirmam que a inflação já registrou um avanço de 10% desde maio de 2020, fazendo com que o preço de alimentos e demais insumos, de modo geral, fique mais caro. Há aumentos desde os hortifrútis até a demais produtos como a gasolina e o gás de cozinha, fazendo com que haja uma queda do PIB nacional.
O que faz a inflação ter alta?
Há diversos fatores que contribuem para o avanço da inflação. O primeiro deles é o dólar. Com a moeda em alta, os produtos importados tendem a subir seu preço, desse modo a comercialização no Brasil fica mais cara.
Atualmente o dólar vem sendo vendido por mais de R$ 5,30, mas era para estar em torno de R$ 4,70. O principal motivo desse acréscimo é o clima de instabilidade por parte do governo federal brasileiro que afeta o mercado de investimentos.
Com relação aos alimentos, a alta também é afetada pelo dólar e conta ainda com a contribuição do reajuste no valor do combustível. Quanto mais cara for a gasolina, mais alta é a taxação para a comercialização dos insumos.
De acordo com levantamentos do UOL, a média de acréscimo dos alimentos foi de 16,6% em 12 meses, mas há itens que aumentaram bem mais, como óleo de soja (67,7%), feijão-fradinho (40,3%), arroz (32,7%) e carnes (30,8%).
Há previsão de controle da inflação?
Os especialistas e analistas econômicos acreditam que ela deve desacelerar a partir de outubro. Neste ano a previsão é de que a inflação fique em torno de 8,35% e em 2022 na média de 4,1%.
No entanto, tudo depende dos desdobramentos políticos e é válido ressaltar os impactos das eleições previstas para o próximo ano. Em entrevista ao UOL, o economista e especialista em setor bancário Roberto Troster, explica que no próximo mês o cenário pode ser menos agressivo.
“O problema é que controlar a inflação é como parar um carro numa ladeira. Quanto mais você demora para pisar no freio, maior a dificuldade. O mercado errou para menos em nove das últimas doze vezes em que o IPCA foi anunciado. Ainda podemos ter um pico”, pontuou o empresário.
Já Julia Passabom, economista do Itaú BBA, acredita que o pico da inflação justamente em outubro, quando deve atingir 10,2%. Depois disso, a previsão é que caia para 9,8% e assim vá reduzindo nos próximos meses.
Alimentação, energia elétrica e combustível, ainda que continuem subindo, estão desacelerando. Mas essa desaceleração será lenta, com o IPCA rodando acima de 5% até agosto de 2022.
Média das cestas básicas no mês de setembro
- São Paulo: 673,45;
- Porto Alegre: 672,39;
- Florianópolis: 662,85;
- Rio de Janeiro: 643,06;
- Vitória: 633,03:
- Campo Grande: 630,83;
- Brasília: 617,65;
- Curitiba: 610,85;
- Belo Horizonte: 582,61:
- Goiânia: 574,08:
- Fortaleza: 552,09:
- Belém: 532,56:
- Natal: 493,29:
- Recife: 489,4;
- Salvador: 478,86;
- João Pessoa: 476,63;
- Aracaju: 454,03
Os alimentos mais caros da cesta básica
Dentre todos os produtos, o mais caro foi a açúcar. As regiões com a maior alta foram Belo Horizonte (11,96%), Vitória (11%), Brasília (9,58%) e Goiânia (9,15%).
Em segundo lugar estava o café, que subiu em 16 das 17 cidades pesquisadas, com as maiores elevações de preço em Goiânia (15,69%), Campo Grande (14,79%), Brasília (10,03%) e Natal (9%).
Já o óleo de soja teve alta em 15 capitais, sendo vendido mais caro em Campo Grande (3,4%). O pão francês encareceu em 14 capitais, com o maior preço no Sul do país.