Após meses de crescimento, prévia do PIB do Brasil tem queda de 0,15%

Depois de dois meses de alta, o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central) registrou queda de 0,15% em agosto, em relação ao mês anterior. Os dados desse índice, que é considerado uma prévia do PIB do Brasil, foram divulgados pela autoridade monetária nesta quinta-feira (14).

No mês de julho, o avanço do IBC-Br tinha sido de 0,23%, em dado revisado. No acumulado anual até o mês de agosto, o índice apontou elevação de 6,41%. Já considerando os últimos 12 meses, a alta registrada foi de 3,99%.

Em agosto, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o varejo ampliado teve um desempenho negativo, com recuo de 2,5%. Este resultado acompanha o aumento da inflação.

Outro ponto a se considerar é a produção industrial, que teve queda de 0,7% em agosto. Este foi o terceiro mês consecutivo de recuos. O problema neste setor ocorre em meio às dificuldades na cadeia de suprimentos pelo mundo.

Apesar disso, o conjunto de serviços prestados esteve ligeiramente acima do projetado, com 0,5%. O desempenho teve como auxílio a retomada econômica e o progresso da campanha de vacinação contra a covid-19.

Prévia do PIB do Brasil foi abaixo do projetado por analistas

O recuo informado pelo Banco Central em agosto foi pior do que o projetado por analistas consultados pela Reuters. A agência de notícias havia estimado que o recuo mensal seria de 0,05%.

Ao considerar os analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, o aumento do IBC-BR ficou dentro do intervalo projetado. Estes analistas estimavam que o resultado ficasse entre recuo de 0,99% e elevação de 0,25%. Contudo, o índice mensal esteve abaixo da mediana negativa de 0,10%.

O IBC-BR é um Índice desenvolvido pelo BC para buscar antecipar o resultado do Produto Interno (PIB). Apesar disso, nem sempre os resultados foram próximos dos dados oficiais do IBGE.

Vale destacar que os dois índices calculam os resultados de formas diferentes. O IBC-Br considera projeções para os setores da indústria, agropecuária e serviços, além de impostos.

Já o PIB soma todos os bens e serviços produzidos no Brasil durante determinado período. O cálculo do IBGE incorpora a questão da demanda — o que não acontece com o IBC-Br, do Banco Central.

Silvio SuehiroSilvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.