O mercado de cannabis medicinal vem se desenvolvendo no Brasil. Desde 2020, as farmacêuticas podem solicitar à Anvisa uma autorização para a venda em farmácias físicas e processar derivado da maconha, canabidiol, em instalações. Neste cenário, esse mercado de cannabis deve gerar milhares de empregos.
Conforme apurado pelo Exame, atualmente, somente a farmacêutica Prati-Donaduzzi possui o aval da Anvisa. Apesar disso, a agência pode autorizar outros empreendimentos que desejam entrar nesse mercado.
De acordo com a empresa de pesquisas New Frontier Data, o setor de maconha medicinal pode chegar a 4,7 bilhões no Brasil em três anos.
Juntamente com as produtoras do canabidiol, há um mercado auxiliar em desenvolvimento. Como exemplo, estão as assessorias jurídica especializadas e os médicos prescritores.
Para que o mercado se desenvolvesse, um ponto de contribuição seria a autorização para o plantio. Com isso, seria possível a extração da matéria prima canabidiol no Brasil. O canabidiol é uma das substâncias da planta cannabis. Ela possui indicações para convulsões, insônia, dores crônicas e ansiedade.
Diante da possibilidade de um plantio autorizado, a empresa Clever Leaves estima que o setor poderia criar até 328 mil empregos no Brasil após o quarto ano de regulamentação.
Para realizar esta projeção, foram consideradas as vagas dentro do setor da exploração industrial do cânhamo — uma variação da cannabis que poderá ser aproveitada para, por exemplo, fibras têxteis.
Hoje, está em tramitação o projeto de lei 399/15 que autoriza o plantio por associações e empresas. Essa permissão também se estende à pesquisa científica.
Em junho, a proposta teve a aprovação em Comissão Especial da Câmara dos Deputados. No entanto, o texto ainda não teve a avaliação pelo plenário.
Uso medicinal da cannabis não engloba o uso recreativo
A utilização medicinal da maconha não possui relação com a utilização recreativa. No caso do uso medicinal, os compostos não contam com grande quantidade de tetrahidrocanabidiol (THC) — que provoca efeitos pscicoativos.
O uso do canabidiol, para fins medicinais, é autorizado pela Anvisa desde 2014. Ainda segundo apurado pelo Exame, o principal motivo que resultou na permissão da agência foi por conta de demandas de pais de crianças com síndromes musculares.