Após alta na inflação, atual auxílio emergencial compra 23% da cesta básica

Pontos-chave
  • Valor do auxílio emergencial equivale a menos que 60% do preço da cesta básica;
  • Segurados não conseguem manter as despesas com atual parcela;
  • Governo afirma de inflação se faz necessária para garantir o desenvolvimento econômico.

Atual valor do auxílio emergencial se mostra insignificativo mediante inflação. Na última semana, uma pesquisa liberada pelo UOL revelou que o programa de transferência de renda tem sido insuficiente para seus segurados. Com mensalidades de até R$ 375, os segurados não conseguem custear nem ao menos 60% do preço da cesta básica.

Após alta na inflação, atual auxílio emergencial compra 23% da cesta básica (Foto: Sérgio Lima/Poder360)
Após alta na inflação, atual auxílio emergencial compra 23% da cesta básica (Foto: Sérgio Lima/Poder360)

Há meses a população brasileira vem sentindo em seus bolsos os desdobramentos da atual crise política e sanitária.

Durante todo o ano de 2021, os preços nacionais passaram a subir nos mais variados segmentos. Alimentação, combustível, energia, tudo se tornou mais caro, relevando a ineficiência do auxílio emergencial.

Valor do auxílio emergencial 2021

Atualmente o programa libera parcelas de R$ 150, R$ 250 e R$ 375. Quando aprovado em 2020, seu valor inicial era de R$ 600 e R$ 1.200, no entanto, com as solicitações de extensões, Bolsonaro passou a reduzir seu valor.

É válido ressaltar que o auxílio tem como finalidade suprir a renda dos brasileiros que ficaram desempregados na pandemia ou sem poder atuar de forma autônoma. Pequenos comerciantes, ambulantes e micro empreendedores são parte significativa dos contemplados.

Para poder receber o abono é preciso não ter nenhuma fonte de renda declarada, o que significa que o governo tem ciência de que sua mensalidade é a única forma de custeio e sobrevivência dos contemplados.

Então, ao cortar o salário de R$ 1.200 para R$ 375, com a inflação e a cesta básica em venda por mais de que R$ 1.100, o ministério da cidadania sabe e exige que o cidadão se desdobre apenas com esse valor.

Inflação em alta constante

Com os atuais preços taxados no país, o auxílio emergencial perdeu seu poder de compra em mais que 78%. Em São Paulo, a cesta básica já vem sendo comercializada acima de R$ 1 mil. Já o botijão de gás está cima dos R$ 100 e a conta de energia foi reajustada em mais que 100%.

Pesquisas revelam que para ajudar minimamente o cidadão, o auxílio atualmente precisaria ser de ao menos R$ 701. No entanto, ainda sendo concedido esse valor, seria necessário aplicar cortes nas taxações de produtos e serviços.

Até agosto de 2020, a inflação tinha sido contabilizada em 11,1%. Para este ano, a previsão é de que ela suba ainda mais. Na contramão, o governo federal já informou que não fará reajustes significativos no salário mínimo, o cidadão deverá receber em torno de R$ 1.190.

De acordo com os estudos feitos pelo Dieese, atualmente uma família de quatro pessoas tem um custo médio de aproximadamente R$ 4 mil, para garantir todos os direitos básicos como saúde, alimentação e moradia.

Governo não deverá reajustar o auxílio emergencial

Segundo o ministério da cidadania, o programa deixará de operar em novembro deste ano. Sua última mensalidade deve ser liberada em outubro, sendo na sequência implementado o Auxílio Brasil.

O novo projeto substituirá o auxílio emergencial e o Bolsa Família, liberando parcelas com um valor máximo de até R$ 300. A quantia também se mostra insuficiente diante do atual cenário econômico.

Questionado sobre a crise, o ministro da economia, Paulo Guedes, afirma estar ciente da situação financeira do país e garante que o cenário não é tão ruim. Ele defende que se trata de um momento de apertos para garantir o desenvolvimento econômico em grandes níveis.

O gestor afirmou ainda que a depender dos desdobramentos dos próximos meses, pode liberar uma nova rodada do auxílio em 2022.

Após alta na inflação, atual auxílio emergencial compra 23% da cesta básica (Imagem: Marcos Rocha/ FDR)
Após alta na inflação, atual auxílio emergencial compra 23% da cesta básica (Imagem: Marcos Rocha/ FDR)

Calendário da sexta parcela do auxílio emergencial

Atualmente a população vem recebendo as mensalidades nas seguintes datas:

Sexta parcela do auxílio emergencial 2021: calendário de pagamento para beneficiários do Bolsa Família

  • NIS com final 1: 17 de setembro
  • NIS com final 2: 20 de setembro
  • NIS com final 3: 21 de setembro
  • NIS com final 4: 22 de setembro
  • NIS com final 5: 23 de setembro
  • NIS com final 6: 24 de setembro
  • NIS com final 7: 27 de setembro
  • NIS com final 8: 28 de setembro
  • NIS com final 9: 29 de setembro
  • NIS com final 0: 30 de setembro

Sexta parcela do auxílio emergencial 2021: calendário de pagamento (depósito em conta) para público geral

  • Nascidos em janeiro – 21 de setembro
  • Nascidos em fevereiro – 22 de setembro
  • Nascidos em março – 23 de setembro
  • Nascidos em abril – 24 de setembro
  • Nascidos em maio – 25 de setembro
  • Nascidos em junho – 26 de setembro
  • Nascidos em julho – 28 de setembro
  • Nascidos em agosto – 29 de setembro
  • Nascidos em setembro – 30 de setembro
  • Nascidos em outubro – 1º de outubro
  • Nascidos em novembro – 2 de outubro
  • Nascidos em dezembro – 3 de outubro

Sexta parcela do auxílio emergencial 2021: calendário de saque para público geral

  • Nascidos em janeiro – 4 de outubro
  • Nascidos em fevereiro – 5 de outubro
  • Nascidos em março – 5 de outubro
  • Nascidos em abril – 6 de outubro
  • Nascidos em maio – 8 de outubro
  • Nascidos em junho – 11 de outubro
  • Nascidos em julho – 13 de outubro
  • Nascidos em agosto – 14 de outubro
  • Nascidos em setembro – 15 de outubro
  • Nascidos em outubro – 18 de outubro
  • Nascidos em novembro – 19 de outubro
  • Nascidos em dezembro – 19 de outubro

Eduarda AndradeEduarda Andrade
Mestre em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a edição do Portal FDR e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas sociais. Começou no FDR há três anos, ainda durante a graduação, no papel de redatora. Com o passar dos anos, foi se qualificando de modo que chegasse à edição. Atualmente é também responsável pela produção de entrevistas exclusivas que objetivam esclarecer dúvidas sobre direitos e benefícios do povo brasileiro. - Além do FDR, já trabalhou como coordenadora em assessoria de comunicação e também como assessora. Na sua cartela de clientes estavam marcas como o Grupo Pão de Açúcar, Assaí, Heineken, Colégio Motivo, shoppings da Região Metropolitana do Recife, entre outros. Possuí experiência em assessoria pública, sendo estagiária da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco durante um ano. Foi repórter do jornal Diário de Pernambuco e passou por demais estágios trabalhando com redes sociais, cobertura de eventos e mais. - Na universidade, desenvolve pesquisas conectadas às temáticas sociais. No mestrado, trabalhou com a Análise Crítica do Discurso observando o funcionamento do parque urbano tecnológico Porto Digital enquanto uma política pública social no Bairro do Recife (PE). Atualmente compõe o corpo docente da Faculdade Santa Helena e dedica-se aos estudos da ACD juntamente com o grupo Center Of Discourse, fundado pelo professor Teun Van Dijk.