O programa Supera RJ foi lançado pelo Governo do Rio de Janeiro (RJ) no mês de junho deste ano. O objetivo deste auxílio é amparar a população carioca em situação de vulnerabilidade social que ficou desamparada profissionalmente após perder o emprego em virtude da pandemia.
Em um primeiro momento, a previsão do Governo do RJ era de contemplar cerca de 42 mil cariocas com o cartão do Supera RJ, carregado com a quantia de R$ 200.
Após o início dos pagamentos, esta estimativa foi ampliada para cerca de 335 mil, o que resulta em 1,4 milhão de cariocas em situação de vulnerabilidade social e desemprego.
No geral, têm direito a receber o auxílio, os cidadãos de acordo com os seguintes critérios:
- Maiores de 18 anos, com exceção das mães adolescentes;
- Morador do Estado do Rio de Janeiro;
- Que esteja com o CPF regularizado;
- Que perdeu o emprego formal com salário de até R$ 1.501, do dia 13 de março de 2020 em diante, e se encontra sem nenhuma renda atualmente;
- Que esteja inscrito no Cadastro Único (CadÚnico) do Governo Federal na condição de pobreza e pobreza extrema;
- Que apresente renda per capita igual ou inferior a R$ 178.
Por outro lado, ficam impedidos de receber o Supera RJ os beneficiários do programa de transferência de renda, Bolsa Família, do auxílio emergencial no âmbito federal ou municipal.
O benefício oferecido pelo Estado do Rio de Janeiro também se restringe aos beneficiários previdenciários, assistenciais ou trabalhistas, como no caso de pensão por morte, aposentadoria do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) ou seguro desemprego.
No entanto, mesmo diante de tantas promessas, até o momento, mais de 50 mil cartões do Supera RJ ainda não foram entregues pelo Governo do Rio. É o caso de Angélica Silva, desempregada desde novembro de 2020, momento a partir do qual tem enfrentado sérias condições de subsistência junto à família.
Ela disse que o aumento constante nos preços dificulta ainda mais a situação, motivo pelo qual depositou as esperanças no benefício do Supera RJ, alegando que, “esse dinheiro seria uma ajuda”.
Porém, há três meses o benefício é pago e, há três meses Angélica tenta retirar o cartão após ter sido aprovada, mas sem êxito.
Angélica conta que a sua inscrição no programa foi feita no dia 2 de junho, ela pesquisa o CPF no site para verificar o endereço de retirada do cartão que a instrui a se dirigir ao Poupatempo de Bangu. Contudo, os trabalhadores da unidade sempre a informam de que o cartão dela ainda não foi entregue pelo governo.
“Ele pegou e falou que era para eu voltar de novo. Na outra semana. Falou que tinha que esperar o pacote do cartão chegar lá. Fui de novo e não chegou. Na outra semana quando ele mandou voltar, voltei e o cartão não estava lá também”, relatou.
Esses mais de 50 mil cartões perdidos devido à desorganização burocrática resultam na inutilidade de R$ 18 milhões que já deveriam estar em uso pelos beneficiários.
Em resposta, o Governo do RJ disse que tem enviado agentes pessoalmente para localizar os beneficiários do Supera RJ e concluir a entrega destes cartões.