O Brasil tem enfrentado a pior crise hídrica dos últimos 90 anos. A situação crítica levou o ministro da Energia, Bento Albuquerque, a questionar a possibilidade de recorrer ao racionamento de energia.
Em pronunciamento recente ele ressaltou que embora a situação realmente seja grave, por hora, esta atitude ainda não se fez necessária. Porém, ele não descarta a possibilidade de crise hídrica provocar a necessidade de um “monitoramento permanente”.
Na oportunidade, o ministro declarou que o presidente da República, Jair Bolsonaro, está ciente sobre o risco de a crise hídrica do país se agravar ainda mais. Ele ainda disse que foi o autor da sugestão de criação da campanha de incentivo à redução de consumo.
Bento Albuquerque ainda concluiu dando uma declaração em resposta aos críticos que afirmam que a atuação do Governo Federal deveria ser mais imponente e eficaz para conter a crise hídrica. É o que o ministro chama de ‘comentarista de videotape’.
“Depois que aconteceu, é mais fácil dizer. Tem que ver as medidas que foram tomadas naqueles cenários. Eu acredito que as medidas que tomamos eram as medidas cabíveis naquele momento, disse em entrevista ao O Globo.
Porém, tanto especialistas quanto o Governo Federal entendem que a crise hídrica não indica um fim próximo, tão menos até o final deste ano.
Isso porque, a probabilidade é para que os reservatórios de água fiquem ainda mais escassos até dezembro, época em que se inicia o período de umidade que prevalece até abril de 2022.
Para ter uma noção da amplitude dos impactos da crise hídrica, dados apurados e divulgados através do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), indicam que a maior parte das represas do Sudeste e do Centro-Oeste ficarão com menos de 10% da capacidade total de água até o final deste ano.
Considerando as previsões climáticas, dificilmente haverá chuvas o bastante para elevar o nível de água dentro do período de um ano. Isso porque, o nível de sequidão do solo é extremo, o que resulta na necessidade de água em dobro para encher uma barragem.
O ministro da Energia ainda reforça que a preocupação não é voltada somente aos impactos que a crise hídrica tem causado em 2021, mas também a longo prazo, ou seja, 2022, 2023 e 2024. Bento Albuquerque destaca que os problemas de seca não serão resolvidos até dezembro ou abril de 2022.
“É lógico que o nosso foco agora é prover a oferta necessária para que a gente passe sem maiores problemas por essa fase até novembro, quando o período úmido começa. Mas nós temos que fazer um trabalho de médio prazo para que possamos ter condições melhores nos anos vindouros”, ponderou.