Bolsonaro confirma implementação de seu novo projeto social. Nessa semana, o presidente da república foi até a Câmara dos Deputados para oficializar o Auxílio Brasil. A proposta deverá substituir o atual Bolsa Família, com a promessa de salários mais altos para a população de baixa renda. No entanto, especialistas demonstram preocupação com a mudança.
Há meses Jair Bolsonaro vem tentando implementar um “novo” projeto social no Brasil que carregue sua assinatura. Inicialmente, a atual equipe do governo apresentou como substituto do Bolsa Família o Renda Brasil, não validado por falta de orçamento.
O mesmo ocorreu com o Renda Cidadã, que também não teve alinhamento fiscal. Agora foi lançado o Auxílio Brasil.
Detalhes do Auxílio Brasil
De acordo com os informes concedidos pelo presidente, o projeto irá aumentar a renda dos segurados do Bolsa Família que receberão cerca de R$ 285 mensais. Há ainda uma intenção de ampliar a atuação do projeto, contemplando ao todo 17 milhões de lares brasileiros.
Bolsonaro garantiu também a criação de novos abonos capazes de aumentar a renda desse grupo. Para isso ele prevê pagamentos extras para famílias com crianças que participam de atividades esportivas nas escolas e apresentam um bom rendimento estudantil.
O projeto deverá funcionar com três linhas de atuação. Sendo a primeira destinada para a primeira infância, com foco nas famílias que possuam em sua composição crianças de até três anos incompletos.
A segunda será para famílias com jovens de até 21 anos de idade; e a última para famílias da extrema pobreza, ainda que não tenham filhos.
O que dizem os especialistas sobre o Auxílio Brasil?
Apesar de parecer uma iniciativa positiva, muitos especialistas questionam a intenção do atual chefe de estado em mudar o funcionamento do Bolsa Família.
De acordo com a a ex-secretária nacional adjunta de Renda de Cidadania do governo federal, a socióloga Letícia Bartholo, o novo projeto não trará nenhum retorno efetivo para seu público alvo.
— A MP não toca nas fragilidades, de modo que a gente fica quase sem materialidade para avaliar o impacto na pobreza — critica.
Já Sandro Maskio, coordenador de estudos do Observatório Econômico da Universidade Metodista da São Paulo (Umesp), pontua que dentro do atual cenário nacional, com desemprego e um alto índice de dívidas, o programa não tem valor e nem tamanho o suficiente para combater a desigualdade.
Professora de Economia do Ibmec/RJ, Vivian Almeida explica que o Auxílio Brasil não irá solucionar a desigualdade, uma vez em que apresenta uma proposta horizontal para diferentes grupos sociais.
— Essa lógica de premiar os que já estão se saindo bem está sendo trazida para dentro do Auxílio Brasil. Mas e o resto? E quem fica pelo caminho? Até então, os pré-requisitos eram mais fáceis e traziam bem-estar social. Ter a carteira de vacinação em dia, e as crianças na escola. Agora, o critério vai passar a ser o resultado —