Banco Central aumenta valor da taxa Selic para 5,25% e influencia outros juros

Nesta quarta, 4, o Copom (Comitê de Política Monetária) decidiu elevar a Taxa Selic em 1 ponto percentual, indo para 5,25% ao ano, a maior alta da taxa desde 2003. Esta foi a quarta alta consecutiva feita pelo comitê na Selic, que atinge seu maior nível desde outubro de 2019.

Banco Central aumenta valor da taxa Selic para 5,25% e influencia outros juros
Banco Central aumenta valor da taxa Selic para 5,25% e influencia outros juros (Imagem: Mediamodifier/Pixabay)

A alta foi de encontro com a expectativa de grande parte dos analistas procurados pela Bloomberg, que já viam na contínua pressão inflacionária, uma razão para o Banco Central elevar seu ritmo de alta de juros.

O aumento nos preços de alimentos, combustíveis e energia elétrica fez os economistas do financeiro projetarem a inflação de 6,79% para este ano, de acordo com o Relatório de Mercado Focus desta semana.

Este valor fica muito acima do teto da meta de inflação, o que tem pressionado o Banco Central a elevar os juros.

Os preços de commodities internacionais como a soja e o milho, vem aumentando desde o segundo semestre do ano passado, o que reflete no custo da alimentação no Brasil. O orçamento das famílias também vem sendo pressionado com a alta dos combustíveis, do gás de cozinha e da energia elétrica.

A geada que ocorreu recentemente em algumas regiões do país também impactou a produção de alimentos e consequentemente o preço para o consumidor final.

Nestas condições, o BC teve que iniciar em março o processo de alta da Selic, para que a inflação não disparasse no ano que vem. Este ano já é dado como perdido para o cumprimento da meta.

Através de comunicado, o Copom destacou que a elevação em 1 ponto percentual da Selic reflete “seu cenário básico e um balanço de riscos de variância maior do que a usual para a inflação prospectiva e é compatível com a convergência da inflação para as metas no horizonte relevante, que inclui o ano-calendário de 2022 e, em grau menor, o de 2023”.

Os analistas esperam que a autoridade monetária seja obrigada a manter uma alta forte da taxa de juros até o fim de 2021, momento, que de acordo com a mediana das projeções compiladas pelo Broadcast, a Selic deve chegar a 7%, acima do patamar considerado neutro (em que os juros não estimulam e nem contraem a economia).