Representante do governo federal garante a inclusão de novos 17 milhões de cadastros no Bolsa Família. Ainda trabalhando com a proposta de reformular o principal projeto social do país, o Ministério da Cidadania e a equipe econômica acabam de encontrar uma folga orçamentária que poderá ampliar a atuação do projeto.
Na última quinta-feira (29), o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, informou que diante da inflação acumulada em 8,35% entre julho de 2020 e julho deste ano, o teto de gastos do governo será amplificado.
O valor de R$ 1,486 trilhão em 2021 subirá para R$ 1,61 trilhão em 2022, sendo sua diferença investida no Bolsa Família.
Orçamento público encontra brecha para o Bolsa Família
De acordo com Bittencourt, a correção será feita com base nos indicadores do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que apresentou um resultado maior que o esperado para este ano.
A previsão do Tesouro Nacional é de que haveria uma folga para as despesas discricionárias (não obrigatórias), o que geraria um valor entre R$ 20 bilhões e R$ 25 bilhões.
No entanto, na última semana, o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Bruno Funchal, informou que foram refeitos os cálculos, sendo identificado um aumento entre R$ 25 e R$ 30 bilhões.
Diante do acréscimo, Bittercourt explicou que o valor não previsto será encaminhado para as despesas obrigatórias de 2022, fazendo com que o Ministério da Cidadania tenha novos recursos para injetar no Bolsa Família.
Além disso, o representante explicou que a equipe econômica federal conseguiu economizar nos gastos fixos, havendo reduções com os valores referentes a aposentadorias, funcionalismo, abono salarial, seguro desemprego, entre outras.
Novo Bolsa Família amplificado
Com a identificação de novas verbas, o gestor espera que cerca de 17 milhões de famílias passem a ser contempladas com as mensalidades reajustadas de R$ 300.
Desse modo, o projeto contará com um aporte de novos R$ 30 bilhões, permitindo a realização das novas medidas de amplificação.
Atualmente o BF funciona com R$ 34 bilhões e alcança cerca de 14 milhões de família. O governo espera que a turbinada no projeto ocorra já a partir de novembro deste ano, com o fim do auxílio emergencial.
“Esse é apenas um exercício aritmético que aponta a possibilidade da ampliação. Esse espaço [no teto de gastos] que estamos vendo é compatível com um programa dessa magnitude”, declarou Bittercourt.