- PIX poderá começar a funcionar de forma off-line, ou seja, sem conexão com a internet;
- Nova modalidade pode entrar em vigor ainda este ano;
- BC planeja começar a tarifar as transferências por PIX.
O Banco Central está planejando, segundo o presidente Roberto Campos Neto, lançar em breve um cartão físico para que os usuários do PIX consigam utilizar o serviço sem conexão com a internet. Atualmente, a solução de pagamentos do BC só funciona com uma conexão ativa na internet.
Roberto disse em um evento realizado nesta quarta, 30, que acredita que a melhor maneira de possibilitar o pagamento através do PIX de forma offline é com o uso de um cartão físico com a função de aproximação.
“Basicamente em algum momento vai ter um cartão Pix. Você vai aproximar do seu celular, você vai transferir dinheiro online pro offline no cartão. Vai funcionar como um cartão de ônibus, uma tecnologia supersegura. Você vai poder usar o cartão no mundo offline, quando você voltar no mundo online, vai poder transferir seu saldo de volta”, disse Roberto, sem entrar em detalhes mais profundos.
O presidente do BC falou também sobre a conversa do banco com o governo italiano para uma possível implantação de um “PIX Internacional”. Esta modalidade possibilitaria pagamentos e transferências instantâneas em outros países, com a Itália sendo a pioneira.
O BC explicou também que o PIX off-line poderá permitir que um pagador sem conexão com a internet possa fazer uma operação. A função ainda está sendo desenvolvida.
“Há uma ampla gama de tecnologias que podem ser adotadas para a iniciação de um Pix offline, o cartão é uma delas. O BC está em fase de estudo dessas tecnologias no escopo da agenda evolutiva e oportunamente divulgará as especificações estabelecidas”, explicou o BC em nota.
De acordo com a agenda evolutiva do Banco Central, os pagamentos via PIX de forma off-line deve se tornar uma realidade no quarto trimestre de 2021. Antes desta novidade, devem começar a operar as funções Saque e Troco, que já passaram por consulta pública e devem ser lançadas para o público ainda no terceiro trimestre.
O Pix já é responsável por 30% das operações de pagamento no Brasil, de acordo com a Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária, divulgada na última semana. No seu lançamento no mês de novembro, o porcentual era de 7%.
O levantamento mostrou que o porcentual dos pagamentos realizados através de maquininhas de cartão no total de transações bancárias caiu de 68% em novembro de 2020 para 51% em março deste ano. Já a fatia das transações bancárias efetuadas via transferências (DOC/TED) diminuiu de 25% para 19%.
Novas modalidades do PIX
- PIX Saque
Nesta modalidade, o usuário fará o login em sua conta bancária no celular. Na sequência, ele deve apontar o celular para o QR Code que está disponível no caixa do estabelecimento.
Por fim, ele deve escolher o valor que deseja sacar e aprovar a transação. Através da modalidade, ao invés de receber um produto, o cliente fica com o dinheiro em espécie do caixa do estabelecimento.
- PIX Troco
Já nesta modalidade, o saque depende da compra de algum produto da loja. No momento de fazer o pagamento, o usuário faz uma transação com um valor maior ao do bem que está adquirindo. Desta forma, ele recebe o troco em notas físicas.
De acordo com o Banco Central, os comércios terão autonomia para determinar suas regras. Sendo assim, cabe a cada local escolher quais dias os novos serviços vão operar, quais serviços vão aderir e o funcionamento do saque.
PIX pode começar a ser cobrado em breve
O BC planeja começar a tarifar o PIX justamente nestas novas modalidades, o PIX Troco e Saque.
O Banco Central informou que através das novas modalidades será possível efetuar até quatro saques gratuitos por mês. O BC estuda limitar os valores dos saques em no máximo R$500 por dia.
Sendo assim, caso o usuário passe desse limite de saques, ele pagará taxas. A cobrança desta taxa ficaria a cargo do banco responsável pela operação.