INSS vaza dados de aposentados e pensionistas e vira caso de Justiça

INSS responde na justiça por vazamento de dados de seus segurados. Nas últimas semanas, indicadores econômicos revelaram que os aposentados e pensionistas da previdência social federal estão com um alto índice de endividamento bancário. Parte significativa se deu mediante ao assédio na venda de empréstimos.

INSS vaza dados de aposentados e pensionistas e vira caso de Justiça (Imagem: Marcos Rocha/ FDR)
INSS vaza dados de aposentados e pensionistas e vira caso de Justiça (Imagem: Marcos Rocha/ FDR)

O INSS e a Dataprev vêm respondendo judicialmente pelo vazamento dos dados dos segurados previdenciários. Uma ação civil pública da 17ª Vara da Justiça Federal de Minas Gerais vem questionando a eficiência dos órgãos na hora de garantir a confidencialidade dos contatos da população.

Dados levantados pelo Instituto de Defesa Coletiva revelam que cerca de quatro milhões de aposentados e pensionistas tiveram seus informes expostos na internet.

Desse modo, passaram a ser vítimas de assédio frequente de bancos e empresas financeiras ofertando empréstimos e linhas de crédito pelo consignado.

Andamento do processo

Lillian Salgado, presidente do comitê técnico do Instituto de Defesa Coletiva, afirma que o Sistema Nacional de Defesa do Consumidor contabilizou milhares de contratos do crédito consignado no nome dos aposentados e pensionistas.

— Em que pesem as denúncias reiteradas de aposentados e pensionistas, não se tem notícia de que a autarquia tenha suspendido ou cancelado o convênio com qualquer instituição financeira, nos termos do artigo 52, da Instrução Normativa 28/2008, do próprio INSS — denuncia Lillian: — É patente a inércia do órgão, o que gerou um enorme prejuízo à coletividade, ocasionando, assim, o superendividamento de quatro milhões de idosos.

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Além de investigar a origem do vazamento de dados, a ação tem como objetivo também obrigar o INSS a determinar um bloqueio nas cobranças dos consignado. O desbloqueio pode ser feito pelo segurado em até 180 dias.

— Atualmente, se o consumidor não realizou o bloqueio, a qualquer momento pode ser vítima de fraude. Em muitos casos, ele não tem ciência de que pode realizar o pedido de bloqueio do crédito consignado por tempo indeterminado — afirma Lilian: — O que estamos pedindo à Justiça é inédito. Reivindicamos a aplicação do sistema opt-in, que determina o bloqueio por tempo indeterminado, permanecendo nessa condição até que o segurado solicite, formalmente, a sua liberação para o empréstimo consignado, quando necessitar.

Eduarda AndradeEduarda Andrade
Mestre em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a edição do Portal FDR e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas sociais. Começou no FDR há três anos, ainda durante a graduação, no papel de redatora. Com o passar dos anos, foi se qualificando de modo que chegasse à edição. Atualmente é também responsável pela produção de entrevistas exclusivas que objetivam esclarecer dúvidas sobre direitos e benefícios do povo brasileiro. - Além do FDR, já trabalhou como coordenadora em assessoria de comunicação e também como assessora. Na sua cartela de clientes estavam marcas como o Grupo Pão de Açúcar, Assaí, Heineken, Colégio Motivo, shoppings da Região Metropolitana do Recife, entre outros. Possuí experiência em assessoria pública, sendo estagiária da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco durante um ano. Foi repórter do jornal Diário de Pernambuco e passou por demais estágios trabalhando com redes sociais, cobertura de eventos e mais. - Na universidade, desenvolve pesquisas conectadas às temáticas sociais. No mestrado, trabalhou com a Análise Crítica do Discurso observando o funcionamento do parque urbano tecnológico Porto Digital enquanto uma política pública social no Bairro do Recife (PE). Atualmente compõe o corpo docente da Faculdade Santa Helena e dedica-se aos estudos da ACD juntamente com o grupo Center Of Discourse, fundado pelo professor Teun Van Dijk.
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