Fila do Bolsa Família tem 400 mil aguardando sem auxílio emergencial

O auxílio emergencial se tornou a principal fonte de renda de muitos brasileiros desde o início da pandemia da Covid-19. Mas apesar de fazerem parte do grupo elegível, 400 mil beneficiários seguem na fila de espera do auxílio e do Bolsa Família

Fila do Bolsa Família tem 400 mil aguardando sem auxílio emergencial
Fila do Bolsa Família tem 400 mil aguardando sem auxílio emergencial. (Imagem: FDR)

Essas pessoas apresentaram toda a documentação necessária para receber o auxílio emergencial no início de 2020 ao Ministério da Cidadania. Na época, a nova rodada do benefício ainda não havia sido lançada.

Após analisar esses 400 mil cadastros, a pasta identificou que essas pessoas estão caracterizadas em um patamar muito inferior à condição de pobreza e pobreza extrema dispostas como critérios de elegibilidade para o Bolsa Família.

Ainda assim, essas pessoas foram excluídas no auxílio emergencial de 2021, mesmo após o presidente da República, Jair Bolsonaro, informar sobre uma sobra de recursos. 

Esta é apenas uma parcela dos 1,2 milhão de cadastros que já estavam na fila de espera do Bolsa Família desde o mês de março. Isso porque, no fim de 2019 o atual governo prometeu reformular o programa de transferência de renda, mas nada foi feito até o momento. 

De acordo com as últimas declarações, a intenção do Governo Federal quanto ao Bolsa Família é a de elevar o valor mensal da bolsa para cerca de R$ 300, além de unificar outros programas já existentes.

A equipe federal tem trabalhado no texto do projeto que deve ser apreciado em breve, enquanto isso, também se concentra para viabilizar o auxílio emergencial adequadamente. 

Conforme apurado, 763 mil beneficiários estão recebendo o auxílio emergencial, enquanto outros 423,3 mil seguem na fila de espera mesmo após se enquadrarem em todos os requisitos básicos do programa.

A rodada atual do auxílio emergencial foi elaborada com o objetivo de chegar a 45,6 milhões de famílias brasileiras. No mês de abril, a primeira parcela foi paga para 39,1 milhões, ou seja, 6,5 milhões a menos do que o previsto. 

Em complemento ao tema, na última semana o ministro da Economia, Paulo Guedes, fez um anúncio sobre a prorrogação do auxílio emergencial por mais dois ou três meses.

A atitude está ligada ao ritmo do calendário de vacinação da Covid-19, pois, quanto mais pessoas forem vacinadas, mais seguro será o retorno ao mercado de trabalho, estabilizando a situação econômica aos poucos. 

A extensão do benefício também dará um tempo maior para a equipe econômica concluir o projeto de reformulação do novo Bolsa Família. Até lá, os beneficiários não devem ficar desamparados.

Cada parcela do auxílio emergencial tem um custo mensal de, aproximadamente, R$ 9 bilhões aos cofres da União. A verba reservada por mês para cada parcela do benefício é de R$ 11 bilhões, portanto, nota-se um saldo mensal.

Neste sentido, a intenção da equipe econômica do Governo Federal é a de utilizar a quantia excedente para custear a prorrogação do auxílio emergencial.

Mesmo diante de todos esses quantitativos, o Ministério da Cidadania não explicou o motivo da fila de espera do Bolsa Família, nem mesmo o porquê de não permitir novas inscrições.

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Laura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.