A inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), teve alta de 0,83% em maio na comparação com abril. Essa foi a maior alta para o mês em 25 anos. O resultado foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (9).
Ao comparar com o resultado registrado em abril deste ano, o número recente esteve 0,52 ponto percentual acima. Em abril, a inflação ficou em 0,31%. Anteriormente, a maior taxa de inflação para o mês de maio havia sido em 1996, quando atingiu 1,22%.
Na inflação acumulada em 12 meses, o valor é de 8,06%, acima do teto da meta do governo para o ano. Em 2021, o centro da meta é de 3,75%, podendo variar de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Nos 12 meses imediatamente anteriores, o IPCA estava em 6,76%. Já com relação ao acumulado no ano, o resultado foi de 3,22%.
O resultado de maio ficou acima do projetado. Segundo projeções compiladas pela Refinitiv, a estimativa era de aumento de aumento de 0,71% em relação a abril. As previsões mais pessimistas, de economistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, indicavam inflação entre 0,65% e 0,76%.
Fatores que influenciaram no aumento da inflação no país
Os nove grupos de produtos e serviços pesquisaram registraram inflação em maio. Os grupos de habitação e transportes tiveram destaque no resultado recente.
O grupo de habitação passou de 0,22% em abril para 1,78% em maio. Este aumento possui ligação com aumento da energia elétrica (5,37%). Sozinha, ela correspondeu a 0,23 ponto percentual do IPVA.
Em maio, passou a vigorar a bandeira tarifária vermelha patamar 1. Esta resultou em grande diferença em ralação à bandeira amarela — que estava em vigor de janeiro a abril. Além disso, no final de abril, houve reajustes em diversas regiões do Brasil.
Já o grupo de transportes, que teve recuo de 0,08% em abril, subiu 1,15%. A gasolina apresentou alta em maio (2,87%). Neste ano, o combustível teve aumento de 24,70%. Em 12 meses, a alta foi de 45,80%.
O gerente de pesquisa do IBGE, Pedro Kislanov, argumenta que a alta dos preços está relacionada ao choque de custos e não à demanda.