Na manhã desta segunda-feira, 5, a Petrobras comunicou que os preços de venda do gás natural para as distribuidoras terão um aumento de 39% por metro cúbico em comparação ao último trimestre. Em dólar, o aumento será de 32%. O novo preço começa a vigorar no dia 1º de maio.
Mesmo que não seja na mesma proporção, o novo valor será repassado ao consumidor final, de acordo com a associação que reúne as distribuidoras.
Este reajuste não atinge o gás liquefeito de petróleo (GLP), o conhecido gás de cozinha, que subiu 5% no sábado e que já acumula alta de 22,7% neste ano. Porém, impacta o GNV e o gás encanado que chega às casas e às indústrias.
Este novo reajuste nos preços, segundo a Petrobras, é decorrente da aplicação das fórmulas dos contratos de fornecimento, que ligam o preço à cotação do petróleo e à taxa de câmbio. As atualizações dos preços dos contratos acontecem a cada três meses.
Para os meses de maio, junho e julho, a base são os preços de janeiro, fevereiro e março. Neste período, petróleo cresceu 38% e o real desvalorizou fortemente, disse a estatal.
Os preços do gás natural da Petrobras também abrangem o repasse dos custos com o transporte do energético até o ponto de entrega às distribuidoras, que são determinados por tarifas reguladas pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).
“Esta parcela do preço é atualizada anualmente no mês de maio pelo IGP-M, que, para o período de aferição (março de 2020 a março de 2021), registrou alta de 31%”, disse a estatal em nota.
Mesmo com a alta, a Petrobras alegou que, ao longo do ano passado, os preços às distribuidoras chegaram a ter uma diminuição acumulada de 35% em reais e de 48% em dólares, em decorrência do efeito da queda dos preços do petróleo no início de 2020.
A Abegás, associação que reúne as distribuidoras de gás encanado, disse em nota que os reajustes praticados pela Petrobras vão ser repassados para o consumidor sem que as distribuidoras tenham qualquer ganho por conta desse aumento.
A associação salientou que os reajustes acabam “tirando competitividade do gás natural em relação às outras fontes de energia como a gasolina, óleo combustível, GLP (gás de botijão) e eletricidade”.