Greve dos caminhoneiros deve ser iniciada nesta segunda-feira (01). Na última semana, as associações de trabalhadores informaram que os profissionais irão aderir a uma nova paralisação nacional. O motivo de tal iniciativa diz respeito ao atual cenário de inflação e crise econômica.
A última greve dos caminhoneiros brasileiros ocorreu em maio de 2018 e deixou o país em total colapso econômico. Sem gasolinas nos postos e com o abastecimento de insumos alimentares, hospitalares, entre outros, paralisados, a sociedade precisou entrar em sistema de racionalização.
Diante dos efeitos econômicos do novo coronavírus e com o clima de instabilidade política que se espalha por todo o país, os caminheiros informaram que irão aderir a uma outra paralisação.
A principal motivação é o descaso com relação a pandemia, desde o número de mortos por falta de oxigênio até ao preço dos alimentos e correção irreal do salário mínimo.
Impactos da greve nas próximas semanas
Entre os principais riscos da paralisação está a inviabilização no sistema de distribuição de vacinas. Analistas afirmam que com os caminheiros fora de serviço, a logística de cargas de exportação dos medicamentos poderá atrapalhar o andamento da campanha de imunização.
Segundo representantes do Ministério da Infraestrutura, o governo precisará dialogar com a categoria para que haja uma rápida negociação e assim o país não seja gravemente afetado.
“A Associação Nacional do Transporte Autônomos do Brasil (ANTB) não é entidade de classe representativa para falar em nome do setor do transporte rodoviário de cargas autônomo e que qualquer declaração feita em relação à categoria corresponde apenas à posição isolada de seus dirigentes“, disse a pasta à CNN.
Na contrapartida, o Conselho Nacional de Transportes Rodoviários de Cargas (CNTRC) informou que há o interesse de manter a greve até o período necessário para que haja negociações que não priorizem apenas empresários e investidores.
“Ninguém descarta a possibilidade de uma greve, acho que existe adesão, sim. E o impacto de uma paralisação agora, nos moldes da que houve em 2018, seria devastador”, avalia André Galhardo, economista-chefe da Análise Econômica Consultoria.
Grupo mais afetado
A previsão é de que os mais afetados pela paralisação sejam os mais pobres, que não terão subsídios para manter o abastecimento de produtos.
Além disso, deverá haver também um colapso no funcionamento dos transportes públicos e rodoviários, tendo em vista que os postos de gasolina deverão o abastecimento paralisado.