Por conta da pandemia de covid-19, as pessoas passaram mais tempo em suas residências. O lar se tornou um local para realizar diversas atividades, como trabalho e estudo. Ao mesmo passo, o setor imobiliário apresentou crescimento. Durante o ano anterior, o financiamento imobiliário teve números recordes.
Em 2020, o crédito imobiliário, por meio de recursos da poupança, registrou números históricos, com o valor de R$ 124 bilhões. Na comparação com 2019, houve uma alta de 58% nos financiamentos.
O recorde anterior havia sido em 2014. Na ocasião, as operações de crédito tiveram a soma de R$ 112,9 bilhões.
De acordo com a presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), Cristiane Portella, ao O Globo, somente no mês de dezembro, houve aumento de 102% em comparação a dezembro de 2019.
O valor registrado foi de 17,5 bilhões. A presidente destaca que foi o recorde histórico desde o início da série, em 1994.
Segundo dados da Caixa, os financiamentos habitacionais, no geral, tiveram uma alta de 21% no último semestre de 2020 em comparação ao mesmo período de 2019. Houve o registro de dois mil contratos assinados por dia.
O mês de julho teve o melhor resultados dos últimos quatro anos. O financiamento chegou a R$ 11 bilhões neste mês.
Motivos para a alta no financiamento imobiliário
Ao contrário de diversos setores econômicos, o imobiliário teve alta considerável em 2020, apesar da crise agravada pela pandemia. Diante do cenário de isolamento social, o trabalho remoto fez com que as pessoas passassem a valorizar mais a possibilidade de adquirir a casa própria.
Além disso, o juro baixo facilitou a obtenção de crédito para a construção e compra de imóveis. Para 2021, há uma expectativa que os juros do financiamento imobiliário mantenham o percentual de 7%. Dessa forma, o setor pode seguir com resultados favoráveis.
A Abecip espera que a oferta de crédito imobiliário com recursos da poupança tenha alta de 27%. O total estimado é de R$ 157 bilhões. Para chegar a esta projeção, foi considerado o índice de confiança do setor. Mesmo com uma possível alta da Selic, não há expectativa de alta de juros no financiamento.