- Índice do desemprego registra média histórica em todo o país;
- Número de ocupação também é alterado desde o mês de maio;
- Trabalhadores têm a jornada amplificada e o salário congelado.
Índice do desemprego brasileiro bate novo recorde. Nessa semana, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) liberou uma nova pesquisa onde releva o aumento degradante das demissões em todo o mercado de trabalho. Segundo os levantamentos, trata-se de uma das maiores altas da história.
A pandemia do novo coronavírus segue gerando efeitos negativos na economia nacional. Devido ao fechamento de lojas e demais estabelecimentos, o desemprego permanece em alta.
De acordo com o último levantamento feito pelo IBGE, há mais de 14 milhões de pessoas sem emprego somente em novembro.
A quantia é 2% maior que o registrado em outubro, quando o desemprego afetou 13,8 milhões de pessoas. Se analisada desde maio, foram acrescentados mais 10 milhões de desligamentos, ou seja, um reajuste de 38,6%.
Desse modo, a taxa atual é de 14,2% para novembro, enquanto em maio era de 10,7%. Espera-se que o número seja novamente reajustado neste mês de dezembro, tendo em vista o fim dos contratos modificados pelo BEm.
Desemprego agravado pela pandemia
Para poder contabilizar os dados, o IBGE analisou os números do ultimo relatório da PNAD Covid-19, onde são apresentadas todas as estatísticas relacionadas ao novo coronavírus. Entre os principais motivos para a demissão está o fechamento das atividades, falência das empresas e infecção pela doença.
“Esse aumento da população desocupada ocorreu, principalmente, na região Nordeste. Nas demais regiões ficou estável, sendo que no Sul houve queda na desocupação”, destacou a coordenadora da pesquisa, Maria Lucia Viera.
Projeções do mercado com o fim do auxílio emergencial
Ainda de acordo com os estudos do IBGE, espera-se que o número de desempregados seja novamente alterado diante do fim da liberação do auxílio emergencial.
O benefício deverá ser concedido até o fim de janeiro, agravando a crise econômica nacional ao longo do primeiro trimestre.
“A redução do auxílio pode estar fazendo sim com que as pessoas precisem retornar ao mercado de trabalho“, avaliou a pesquisadora.
População ocupada permanece em alta
No que diz respeito aos índices da população ocupada, houve um aumento de 0,9% de outubro quando haveria 84,1 milhões de pessoas nessa situação para 84,7 milhões atualmente. Trata-se da primeira alteração desde o mês de maio, quando os números eram de 84,4 milhões.
“A população ocupada se aproximou do patamar de março, apesar da taxa de desocupação maior. Isso porque temos mais pessoas pressionando o mercado de trabalho em busca de uma ocupação. Esses números refletem a flexibilização das medidas de distanciamento social, com mais pessoas mês a mês deixando de estar fora da força de trabalho”, destacou Maria Lucia.
Jornada de trabalho amplificada
Outro registro está relacionado ao tempo de trabalho prestado pelos servidores. O IBGE mostrou que parte significativa passou a se dedicar mais as atividades, contabilizando uma mudança de 35,7 horas em outubro para 36,1 horas em novembro.
Já a taxa de informalidade foi de 34,5%, o que significa que 29,2 milhões de pessoas permanecem trabalhando sem regime de carteira assinada.
Home office em destaque
Com as necessidades de isolamento social, o trabalho remoto tornou-se uma realidade para grande parte da população. Em novembro, ainda segundo o IBGE, 9,1% dos trabalhadores estavam nesse regime, quando em outubro eram 9,6%. Ao todo são cerca de 7,3 milhões de pessoas trabalhando de suas casas.
Ainda nesse índice, o percentual de mulheres é maior que o de homens, 12,9% exercem jornada dupla de casa e trabalho ao mesmo tempo, enquanto 6,5 dos homens estão cumprindo os deveres em seus lares.
Rendimento inferior
Por fim, no que diz respeito ao rendimento dos trabalhadores, o número registrado foi de R$ 2.334, o que representa 94,5% do habitualmente recebido. Em outubro a média era equivalente a 93,6%.
O IBGE explicou que, ‘os trabalhadores por conta própria e os empregadores tiveram as maiores diferenças entre os rendimentos habitual e efetivamente recebidos, 86,1% e 91,3%, respectivamente’.