Valor dos alimentos tem MAIOR alta em 18 anos; veja lista dos mais caros

Pontos-chave
  • Feira dos brasileiros fica ainda mais cara em novembro;
  • Produtos registram a maior alta da década;
  • Lista dos alimentos mais caros é liberada pelo IBGE.

Brasileiros deverão cortar itens na lista da feira. Nessa semana, estudos feitos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram que os alimentos estão 12,14% mais caros. Trata-se da maior elevação desde o ano de 2002, quanto os produtos foram acrescentados em 19,47%. No texto abaixo, saiba todos os detalhes.

Valor dos alimentos tem MAIOR alta em 18 anos; veja lista dos mais caros (Imagem: Mehrad Vosoughi/Pexels)
Valor dos alimentos tem MAIOR alta em 18 anos; veja lista dos mais caros (Imagem: Mehrad Vosoughi/Pexels)

Manter a feira em dia está se tornando ainda mais difícil para a população brasileira. Produtos básicos como o arroz estão sendo comercializados com preços absurdamente altos.

Na parte de vegetais e frutas, há também um acréscimo significativo, fazendo com que muitos anulem alguns alimentos do dia a dia.

Estatísticas dos últimos meses

De acordo com os dados do IBGE, somente em novembro os alimentos ficaram 2,54% mais caro. Se somado com todos os reajustes desde o mês de janeiro, o aumento total é de 12,14%. No que diz respeito a dezembro, a projeção é que a comercialização dos produtos se torne ainda mais cara.

O gerente da pesquisa, Pedro Kislanov, explicou que o índice de difusão dos alimentos foi modificado de 73% para 80%, o que, segundo ele, “demonstra um maior espalhamento da alta de preços entre os produtos alimentícios”.

“A gente tem os mesmos fatores que continuam influenciando na alta dos preços dos alimentos, como o câmbio num patamar mais elevado, que estimula as exportações; o preço de algumas commodities mais alto no mercado internacional e, pelo lado da demanda, ainda tem influência do auxílio emergencial”, explicou.

Carnes deixam de ser prioridade

Entre os produtos que menos tende a ser consumido, estão as proteínas. A carne bovina está na lista dos produtos mais caros, sendo acrescentada em mais de 4,25% em outubro e 6,54% em novembro. No ano inteiro, sua alta foi de 13,90%.

“Por causa do preço maior das carnes, pode estar ocorrendo substituição delas pelo frango, pressionando maior alta nos preços deste item”, explicou Kislanov.

A alternativa, como mencionado pelo analista, vem sendo a substituição. Há muitas famílias optando pela aquisição do frango, ovo ou até mesmo outros tipos de carnes consideradas mais populares.

A picanha, tradicionalmente conhecida, vem sendo cada vez menos consumida, pois sua peça chega a ser comercializada por até R$ 100 em açougues e supermercados.

Valor dos alimentos tem MAIOR alta em 18 anos; veja lista dos mais caros (Imagem: Mehrad Vosoughi/Pexels)
Valor dos alimentos tem MAIOR alta em 18 anos; veja lista dos mais caros (Imagem: Mehrad Vosoughi/Pexels)

Cereais também em alta

Outro setor que está com os valores reajustados acima de média é o de cereais. Aveia, granolas e demais oleaginosos estão com um reajuste de mais de 5%. Para esse grupo a justificativa encontrada são os entraves de importação e exportação mediante ao cenário do covid-19.

Leites e demais itens

Na parte de consumo por lactose, também não vem sendo fácil abastecer o carrinho. O leite e seus derivados, como a manteiga e o requeijão, também apresentaram acréscimos. Iogurtes e demais lanches vêm sendo comercializados por um preço maior que o taxado no mesmo período em 2019.

50 alimentos que mais subiram no acumulado do ano até novembro

  1. Óleo de soja: 94,1%
  2. Tomate: 76,51%
  3. Arroz: 69,5%
  4. Feijão-macáçar (fradinho): 59,97%
  5. Batata-inglesa: 55,9%
  6. Laranja-lima: 55,64%
  7. Pimentão: 49,75%
  8. Batata-doce: 46,57%
  9. Morango: 42,49%
  10. Feijão-preto: 40,75%
  11. Peixe-tainha: 38,77%
  12. Repolho: 36,09%
  13. Cenoura: 34,41%
  14. Feijão-mulatinho: 32,6%
  15. Fígado: 31,07%
  16. Maçã: 30,2%
  17. Carne de porco: 30,05%
  18. Banana-maçã: 28,2%
  19. Costela: 26,4%
  20. Mandioca (aipim): 26,25%
  21. Açaí (emulsão): 25,41%
  22. Coentro: 25,09%
  23. Leite longa vida: 24,97%
  24. Laranja-baía: 24,08%
  25. Alface: 23,38%
  26. Músculo: 22,92%
  27. Salsicha em conserva: 22,45%
  28. Abobrinha: 22,31%
  29. Peito: 22,13%
  30. Tangerina: 22,09%
  31. Banana-d’água: 21,59%
  32. Laranja-pera: 21,29%
  33. Pera: 21,1%
  34. Mamão: 20,99%
  35. Açúcar cristal: 20,54%
  36. Pepino: 19,32%
  37. Peixe – pintado: 19,29%
  38. Peixe – filhote: 18,63%
  39. Linguiça: 17,87%
  40. Cupim: 17,65%
  41. Manga: 17,24%
  42. Salame: 17,02%
  43. Cimento: 17,02%
  44. Acém: 16,27%
  45. Leite em pó: 15,54%
  46. Cebola: 15,12%
  47. Brócolis: 15,08%
  48. Limão: 14,84%
  49. Lagarto comum: 14,81%
  50. Peixe – corvina: 14,31%

Eduarda AndradeEduarda Andrade
Mestre em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a edição do Portal FDR e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas sociais. Começou no FDR há três anos, ainda durante a graduação, no papel de redatora. Com o passar dos anos, foi se qualificando de modo que chegasse à edição. Atualmente é também responsável pela produção de entrevistas exclusivas que objetivam esclarecer dúvidas sobre direitos e benefícios do povo brasileiro. - Além do FDR, já trabalhou como coordenadora em assessoria de comunicação e também como assessora. Na sua cartela de clientes estavam marcas como o Grupo Pão de Açúcar, Assaí, Heineken, Colégio Motivo, shoppings da Região Metropolitana do Recife, entre outros. Possuí experiência em assessoria pública, sendo estagiária da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco durante um ano. Foi repórter do jornal Diário de Pernambuco e passou por demais estágios trabalhando com redes sociais, cobertura de eventos e mais. - Na universidade, desenvolve pesquisas conectadas às temáticas sociais. No mestrado, trabalhou com a Análise Crítica do Discurso observando o funcionamento do parque urbano tecnológico Porto Digital enquanto uma política pública social no Bairro do Recife (PE). Atualmente compõe o corpo docente da Faculdade Santa Helena e dedica-se aos estudos da ACD juntamente com o grupo Center Of Discourse, fundado pelo professor Teun Van Dijk.