Economia 2021: Piora fiscal e FIM do auxílio emergencial diminuem crescimento do Brasil

O cenário que o Brasil pode enfrentar daqui pra frente tente a ser nebuloso. Com o possível fim das transferências bilionárias e do Auxilio Emergencial que beneficiou 67 milhões de brasileiros, sendo o grande responsável pelo crescimento da economia recorde de 7,7% no terceiro trimestre, os próximos acontecimentos são difíceis de prever.

Economia 2021: Piora fiscal e FIM do auxílio emergencial diminuem crescimento do Brasil
Economia 2021: Piora fiscal e FIM do auxílio emergencial diminuem crescimento do Brasil (Imagem: Google)

Nos trimestres que estão por vir, o Brasil vai enfrentar uma série de incertezas, como a competência do governo em avançar com o planejamento de reformas, especialmente na área fiscal, no mercado de trabalho combalido, com a alta na inflação e por fim, do novo programa social que ainda precisa caber no orçamento de 2021.

Os analistas avaliam que todos esses obstáculos devem complicar uma retomada mais consistente da economia do país.

A expectativa é que no próximo ano o Brasil possa registrar um levíssimo crescimento e muito dos resultados será decorrente do chamado carrego estatístico, que significa o desempenho que o PIB (Produto Interno Bruto) vai deixar para 2021. A depender dos últimos resultados, 2021 será recheado de desequilíbrios.

O economista José Roberto Barros projeta que a economia do país vai passar por estagflação no próximo ano. Segundo sua visão, o Brasil vai ter um 2021 cheio de desarranjos na inflação, nas contas públicas, sem crescimento do investimento e com o consumo andando de lado.

“A estagflação é isso: você sai do buraco, começa a andar de lado e volta para aquela mediocridade do crescimento que caracterizou o período de 2016 para frente”, diz.

José estima que o PIB brasileiro terá uma alta de 2,5% no próximo ano e com o fim do auxílio emergencial, uma grande queda no consumo e uma situação em que esse benefício será trocado por um dos piores momentos do mercado de trabalho.

Solange Srour

Srour, economista-chefe do Credit Suisse, confia que a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) Emergencial servirá como uma ponte até o fim do atual governo de Jair Bolsonaro para auxiliar o país com os desequilíbrios fiscais.

Caso a PEC não seja aprovada, a economista acredita que surgirá um crescimento na desconfiança entre os investidores com o caminho das contas públicas e com a competência do governo em manter o teto de gastos nos anos seguintes.

“Se a gente não aprovar a PEC Emergencial, vamos ter uma minicrise no Brasil, ainda que o cenário internacional esteja muito favorável”, afirma Solange. “Esse risco vai acabar empurrando o Congresso a aprovar a proposta.”

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.