No mês de outubro, às micro e pequenas empresas registraram um saldo líquido de cerca de 271 mil postos de trabalho. Isso equivale a cerca de 68,6% do total de empregos que foram gerados no país, de acordo com a análise realizada pelo Sebrae com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
No acumulado do ano, entre janeiro e outubro, o resultado é negativo em 26 mil empregos. Até o mês de setembro, o balanço era negativo em 294,3 mil postos de trabalho.
No ponto mais alto da crise, os pequenos negócios demitiram cerca de 1 milhão de pessoas.
A avaliação do Sebrae é de que com a reabertura do comércio físico, as pequenas e médias empresas foram o segmento que reagiram mais rápido na retomada do emprego.
De acordo com o analista da área de Gestão Competitiva do Sebrae, Paulo Jorge, o pior mês para as PMEs foi abril, quando teve um saldo negativo de 594,8 mil empregos.
“Sabemos que o mercado está reagindo, mas não temos como saber o quanto das admissões são recontratações”, explicou.
Pós pandemia
De acordo com o economista Ricardo Paes de Barros, pesquisador do Insper e estudioso da desigualdade no País, o número de trabalhadores que vão buscar um emprego depois da pandemia vai crescer.
O governo deveria investir alguns recursos em um programa para ajudar cerca de 15 milhões de brasileiros a se reinserir no mercado de trabalho.
A pandemia causada pelo novo coronavírus fez com que cerca de 11 milhões de pessoas perdessem os seus empregos, formais ou informais, de acordo com os dados da Pnad Contínua no terceiro trimestre deste ano.
Apesar disso, a taxa de desemprego não foi ainda maior, pois cerca de 10 milhões de pessoas deixaram de procurar emprego e por conta disso, não são contabilizados pelo IBGE.
Esses trabalhadores vão se somar a outros 3 milhões que normalmente, ingressam no mercado de trabalho anualmente.
Os números não levam em consideração aqueles que estavam em busca de uma recolocação profissional antes da pandemia.