Buscando reagir à digitalização e reduzir seus custos, o Bradesco fechou 372 agências durante o terceiro trimestre do ano. Ao final de setembro, eram 4.167 agências físicas, no total. O banco também demitiu mais de 850 funcionários. Ao final de setembro, o quadro de funcionários contava com 95.934 funcionários.
As despesas operacionais da companhia apresentaram um aumento de 2,3% no terceiro trimestre, comparado ao trimestre anterior, atingindo R$ 11,7 bilhões. Segundo o Bradesco, o número foi alto devido às despesas com pessoal, que subiu 1,4% para R$ 4,9 bilhões, por conta do acordo coletivo.
As despesas administrativas do banco, subiram 1,3% no trimestre, comparado aos três meses anteriores, atingindo R$ 5,3 bilhões devido aos custos variáveis e relacionados ao volume dos negócios, impactados pela maior quantidade de dias úteis (total de 4 dias úteis a mais que o trimestre anterior).
Banco estuda fechar mais de MIL agências esse ano
O Bradesco continuará dando sequência ao amplo programa de corte de custos. Segundo o presidente do banco, Octavio de Lazari Jr., as despesas de uma corporação são muito elevados, então terão que continuar o fechamento de agências e prédios administrativos e reduzindo o quadro de funcionários.
A instituição financeira tem a intenção de fechar ou converter em unidades de negócio 1.100 agências em 2020. Dessa projeção, 683 agências já foram encerradas entre os meses de janeiro e setembro. Desde o início da pandemia, o Bradesco colocou praticamente todos os funcionários para trabalhar em home office, também já pensando em fechar prédios administrativos.
Sobre a redução do quadro de funcionários, Lazari não confirmou as demissões, porém afirmou que “o banco tem um turnover (saída) de 7 mil pessoas por ano”, e que não pretendem admitir novos funcionários, para o ajuste ser de forma natural.
Bradesco é criticado no Twitter
O Bradesco foi alvo de críticas no Twitter nesta última terça-feira (17) devido às mais de 1.800 demissões realizadas neste ano, segundo a Comissão de Organização dos Empregados (COE) do banco.
Além dos desligamentos terem ocorrido durante a pandemia do novo coronavírus (covid-19), os bancários criticam o fato do banco ter reportado um lucro líquido contábil de R$ 4,194 bilhões no terceiro trimestre deste ano.
No ‘twitaço’ os sindicatos utilizavam as hashtags “#QueVergonhaBradesco” e “#QuemLucraNãoDemite“. Diversos perfis associados a sindicatos de bancários republicaram as frases e utilizaram o espaço para criticar a posição do banco. O Bradesco informou, por meio de sua assessoria, que não iria comentar o assunto.
Começa agora mais um tuitaço para lembrar o presidente do @Bradesco que "mato alto" são trabalhadoras e trabalhadores, muitos mães e pais de família, que têm uma história de dedicação ao banco! #QueVergonhaBradesco a falta de humanidade com quem tanto contribuiu com o seu lucro! pic.twitter.com/1OfCi2axQr
— Bancários de São Paulo, Osasco e Região (@spbancarios) November 17, 2020