Deputados decretam sistema de greve mediante cortes no auxílio emergencial. Nessa terça-feira (20), o Plenário da Câmara dos Deputados ficou vazio mediante a ausência dos parlamentares que não concordaram com a redução nas mensalidades do benefício. O grupo a favor de aumentos afirmou estar adiando uma série de votações de demais pautas até que o valor seja reconsiderado.
A extensão do auxílio emergencial foi aprovada no mês passado e permitirá que os segurados tenham acesso a mensalidades governamentais até o mês de dezembro.
Porém, seu valor foi reduzido de R$ 600 para R$ 300 sob a justificativa de que não há renda nos cofres públicos para custear o benefício por inteiro, fazendo com que parte dos deputados decretassem greve.
De acordo com os parlamentares, a decisão de diminuição no auxílio emergencial representa um risco social para a população brasileira. Eles alegam que é necessário reaver o valor do benefício que nesse momento deve ser visto como a principal prioridade da gestão pública.
Nova votação solicitando o aumento
Com esse clima de resistência, os parlamentares estão deixando de ir até o Plenário para votar nas demais propostas administrativas.
Até esse momento aderiram a paralisação deputados dos partidos PT, PDT, PSB, PCdoB, PSOL e Rede, solicitando que a Medida Provisória (MP) 1000/20, autorizando que o aumento do auxílio emergencial seja votada.
“Enquanto não se pautar a MP 1000, seguiremos em obstrução”, explicou a líder do PSOL, Sâmia Bomfim (Psol-SP). A deputada defendeu que, “não há nada mais importante neste momento do que corrigir esta injustiça. As famílias brasileiras não conseguem colocar comida na mesa e pagar as contas. O Orçamento de Guerra foi aprovado pela Câmara até o fim do ano.”
Vice-líder da Minoria Jandira Feghali (PCdoB-RJ), cobrou do governo uma justificativa quanto aos cortes.
“Que fique claro quais são os acordos não resolvidos. Certamente não é por conta da MP 1000.” Além disso, Jandira pontuou também que há outros setores sociais sendo afetados pela atual política. “Está retirando dinheiro do SUS, da Educação, da Ciência e Tecnologia. O teto de gastos impede que o recurso vá aonde precisa.”
Questionado sobre tal cenário, o presidente da casa, Rodrigo Maia, informou que está em articulação com seus colegas de trabalho para que a agenda de votações seja retomada sem resultar em maiores danos públicos.