A taxa de desemprego bateu o recorde no mês de setembro, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Covid (Pnad Covid), divulgada na sexta-feira (16), através do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os números são um compilado da última semana daquele mês, que alcançou um percentual de 14,4%, um total de 14 milhões de pessoas.
A progressão dos dados divulgados mostra que este foi o registro de mais alto percentual desde a primeira semana de maio. A pesquisa mede o efeito da pandemia do novo coronavírus no mercado de trabalho.
Na semana recorde, entre 20 e 26 de setembro, o número de desempregados aumentou em comparação a semana anterior, que também havia sido de recorde, com taxa de 13,7%.
Segundo Maria Lucia Vieira, coordenadora da pesquisa, apesar do alto número de desempregados, o movimento pode ser justificado também pelo maior número de pessoas em busca de um trabalho.
“Embora as informações sobre a desocupação tenham ficado estáveis na comparação semanal, elas sugerem que mais pessoas estejam pressionando o mercado em busca de trabalho, em meio à flexibilização das medidas de distanciamento social e à retomada das atividades econômicas”, explicou.
Cientes dos números de desempregados, é importante avaliar também que a população ocupada foi de 83 milhões entre os dias 20 e 26 de setembro, ante 83,7 milhões na semana anterior. A taxa de ocupação ficou em 48,7%, ante 49,1% de 13 a 19 de setembro.
“Vínhamos observando, nas últimas quatro semanas, variações positivas, embora não significativas da população ocupada. Na quarta semana de setembro a variação foi negativa, mas sem qualquer efeito na taxa de desocupação”, disse Maria Lucia.
Outros números levantados na pesquisa
Ainda em números, a última semana de setembro também mostrou que 73,4 milhões de brasileiros não estavam trabalhado, nem procurando emprego. Na semana anterior, eram 73,6 milhões.
Deste número, 34,8%, o que totaliza 25,6 milhões de pessoas, disseram que gostariam de trabalhar.
Por outro lado, 15,3 milhões de brasileiros desempregados, o que totaliza 20,8%, disseram que gostariam de trabalhar, mas não estão procurando vaga por causa da pandemia do novo coronavírus ou por falta de oportunidades na região onde moram.