Funcionários dos Correios ganham reajuste, mas devem manter paralisação

Novo período de greve é anunciado nos serviços de entrega. Nessa segunda-feira (21), os servidores dos Correios se reuniram para assistir o julgamento do Tribunal Superior do Trabalho (TST) para definir se haveriam reajustes ou não em seus salários. A proposta surgiu mediante o anuncio de paralisação, implantando desde o dia 17 de agosto, sob a acusação de perdas dos direitos trabalhistas.

Funcionários dos Correios ganham reajuste, mas devem manter paralisação (Foto: Google)
Funcionários dos Correios ganham reajuste, mas devem manter paralisação (Foto: Google)

Após tentativas de negociação sem sucesso entre os administradores dos Correios e seus servidores, foi preciso que o TST avaliasse o caso para decidir os desdobramentos da greve.

Na reunião de ontem (21), ficou decidido que a categoria ganharia um reajuste de 2,6% em seus salários, mas ainda assim a paralisação será mantida.

Segundo a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares (FENTECT), na manhã desta terça-feira (22) será realizada uma nova assembleia com os sindicatos filiados para definir sobre a continuidade da greve.

Eles temem que com a volta, as demais pautas relacionadas as melhorias de condições de trabalho sejam travadas pela administração da empresa.

“Para nós, a greve continua. Não dá para aceitar o que os ministros do TST fizeram conosco. Amanhã, não vamos voltar ao trabalho, vamos debater o que vai acontecer com a gente”, afirmou José Rivaldo da Silva, secretario-geral da federação.

De acordo com ele, a decisão do TST que obriga os trabalhadores a voltarem as atividades, sob o risco de multa diária de R$ 100 mil, foi de “cunho político, não jurídico”.

Servidores terão desconto em seus salários

Outra decisão também informada é que os trabalhadores terão descontados os dias não trabalhados. Ou seja, haverá um reajuste negativo de salário entre os meses de agosto e setembro.

O TST informou que o valor não será reduzido totalmente, tendo em vista que a greve não foi considerada abusiva. Dessa forma, serão descontados apenas metades dos dias não trabalhados e a outra deverá ser compensada.

Relatora do processo no TST, a ministra Kátia Arruda, se posicionou contra a declaração da greve abusiva, informando que a categoria estava apenas lutando por seus direitos, pois foi a única solução encontrada.

“É a primeira vez que julgamos uma matéria em que uma empresa retira praticamente todos os direitos dos empregados”, afirmou.

Eduarda AndradeEduarda Andrade
Mestra em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a coordenação de edição do Portal FDR e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas sociais. Começou no FDR há 6 anos, redatora. Com o passar dos anos, foi se qualificando de modo que chegasse à edição. Atualmente é também responsável pela produção de entrevistas exclusivas que objetivam esclarecer dúvidas sobre direitos e benefícios do povo brasileiro.