As questões ligadas ao cenário fiscal do Brasil se sobrepõem ao otimismo no exterior que acaba pressionando a Bolsa e o dólar comercial. A moeda americana iniciou a semana em alta, sendo negociada a R$5,47, o que significa uma valorização de 1,13%.
Na B3, o Ibovespa que é a base do mercado de ações do Brasil recua 1,57% aos 100.540 pontos.
Os investidores estão com os olhos voltados para o orçamento do Brasil para o próximo ano. Termina hoje (31) o prazo para o governo remeter a peça para o Congresso.
Os valores que serão pagos pelo novo programa social do governo, o Renda Brasil que vem para substituir o Bolsa Família, permanecem sendo discutidos após Bolsonaro recusar a primeira versão feita pela equipe econômica. Isto faz com que o programa possa ficar de fora do orçamento.
Amanhã, no primeiro dia de setembro, o presidente deve comunicar a extensão do Auxílio Emergencial até o fim deste ano. Já o valor das parcelas será menor que os atuais R$600.
Dólar pressionado pelo Ptax
Neste último dia do mês, em que acontece a formação a Ptax, taxa média para liquidação dos contratos futuros de câmbio, o dólar pode acabar sendo pressionado por quem está comprado para que a cotação suba.
Fora do Brasil, o dólar spot, índice da Bloomberg que observa o desempenho da divisa americana frente a uma cesta de moeda recua 0,18%.
Nos Estados Unidos, os investidores aguardam o discurso do vice-presidente do Federal Reserve, Richard Clarida.
Este é seu primeiro discurso depois do banco central americano adotar uma estratégia nova de política monetária que tem como base uma taxa de inflação média de 2%, porém com taxas de juros perto do zero.
Esta estratégia estimula os investidores a irem atrás de ativos de maior risco, considerando que as taxas de juro devem ficar entre zero e 0,25% ao ano até que a economia americana possa respirar mais tranquilamente. Nessa situação, o dólar tende a perder força.
Nas Bolsas de Valores do exterior, a semana se inicia com otimismo, ainda reverberando a nova política monetária americana.