Criação do Renda Brasil vai excluir programas para unificação social

Aplicação do Renda Brasil e unificação dos projetos sociais são pauta entre especialistas contratados pelo governo federal. Para poder definir as regras do novo programa social, o poder público reuniu uma série de analistas afim de identificar quais são os melhores cenários para a execução das propostas. 

Criação do Renda Brasil vai excluir programas para unificação social (Imagem: Reprodução - Google)
Criação do Renda Brasil vai excluir programas para unificação social (Imagem: Reprodução – Google)

De acordo com as avaliações realizadas até o momento, fazer os pagamentos de uma única vez seria uma das alternativas ideais para atender cerca de 50 milhões de trabalhadores.  

Desde o primeiro pronunciamento sobre o Renda Brasil, o governo deixou claro sua intenção de criar uma espécie de carteira única de pagamento. Desse modo, atuais benefícios como o abono salarial, entre outros, deixariam de existir, uma vez em que seus valores seriam englobados no novo projeto.  

De acordo com José Márcio Camargo, professor da PUC, a unificação parcial dos projetos permitiria que os recursos públicos fossem melhor direcionados para as pessoas de baixa renda, anulando assim gastos com a classe média.  

 Se conseguir eliminar isso, teria espaço para aumentar o Bolsa Família em 60%. São programas que não vão para os mais pobres, que tendem a aumentar a desigualdade e não afetam a pobreza. Se aumentarmos o Bolsa Família para R$ 50 bilhões por ano, teremos condições de reduzir a porcentagem de pessoas abaixo da linha de pobreza – afirmou.  

Ricardo Paes de Barros, professor do Insper, defende que a decisão deveria ser aplicada de forma gradual, sem deixar de contemplar os atuais cadastrados. Para ele, por meio de um processo de transição, os cidadãos passariam a receber os novos abonos.  

 Gastamos R$ 100 bilhões com esses programas por ano, vamos focalizar e dirigir recursos aos 50 milhões de trabalhadores que ganham até um salário mínimo. Uma parcela vai perder, quem ganha acima de um salário mínimo e meio, mas o dinheiro vai chegar aos mais pobres – disse o professor.  

Segundo o cientista político do Insper, Carlos Melo, já se posiciona de forma mediamente contrária e acredita que a elaboração das propostas não tem como único enfoque proporcionar melhorias para os pobres, mas também ganhar novos eleitores.  

— As pesquisas têm mostrado que a popularidade do governo sofreu um abalo numa parte de sua base. Nesse momento, tem sido substituída por pessoas que são favorecidas pela renda emergencial. 

Eduarda Andrade
Mestre em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a edição do Portal FDR e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas sociais. Começou no FDR há três anos, ainda durante a graduação, no papel de redatora. Com o passar dos anos, foi se qualificando de modo que chegasse à edição. Atualmente é também responsável pela produção de entrevistas exclusivas que objetivam esclarecer dúvidas sobre direitos e benefícios do povo brasileiro. - Além do FDR, já trabalhou como coordenadora em assessoria de comunicação e também como assessora. Na sua cartela de clientes estavam marcas como o Grupo Pão de Açúcar, Assaí, Heineken, Colégio Motivo, shoppings da Região Metropolitana do Recife, entre outros. Possuí experiência em assessoria pública, sendo estagiária da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco durante um ano. Foi repórter do jornal Diário de Pernambuco e passou por demais estágios trabalhando com redes sociais, cobertura de eventos e mais. - Na universidade, desenvolve pesquisas conectadas às temáticas sociais. No mestrado, trabalhou com a Análise Crítica do Discurso observando o funcionamento do parque urbano tecnológico Porto Digital enquanto uma política pública social no Bairro do Recife (PE). Atualmente compõe o corpo docente da Faculdade Santa Helena e dedica-se aos estudos da ACD juntamente com o grupo Center Of Discourse, fundado pelo professor Teun Van Dijk.