Após o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, anunciar nesta quarta-feira (6), a redução da taxa básica de juros brasileira, a SELIC, saindo de 3,75% para 3% ao ano, uma nova projeção ainda menor foi anunciada.
De acordo com economistas do Bradesco, por conta do momento de incertezas em relação ao efeito fiscal sobre o juro neutro, o banco aponta mais um possível corte de 0,75 ponto da Selic em junho, que seria levada a 2,25%, mas não descartam a possibilidade de um juro básico ainda menor.
“Uma Selic termina ainda mais baixa do que aquela que hoje projetamos não pode ser descartada e dependerá, essencialmente, da combinação de dados econômicos, preços de commodities e da resposta da taxa de câmbio ao ambiente global, doméstico e à própria queda de juros, na extensão em que esses fatores mantenham a inflação projetada para o próximo ano abaixo do centro da meta”, afirmaram os economistas do Bradesco em relatório enviado aos clientes.
Ainda sobre a decisão recente do Copom, o Bradesco fala sobre a possibilidade de realizar um corte de magnitude ainda maior. Além disso, aponta para as frustrações do Banco Central com a agenda de reformas.
Entenda como a Selic influencia nas taxas de juros ao consumidor
Como a Selic é utilizada como base da economia para determinar as taxas de juros dos financiamentos, suas variações interferem diretamente na remuneração dos produtos e serviços.
Isso significa que, mesmo com as reduções, o consumidor precisará contar com preços mais altos, tendo em vista a desvalorização do mercado.
Um outro ponto preocupante tem relação com a poupança, serviço usado por milhares de brasileiros hoje em dia para gerir seus investimentos. Caso a Selic esteja acima de 8,5% ao ano, a poupança rende aproximadamente 6,17%, 0,5% ao mês.
No entanto, nos momentos em que a Selic está menor que 8%, a poupança passar a apresentar um lucro muito baixo ou até mesmo inexistente.