Auxílio de R$600 não chegará a 5,5 milhões de brasileiros ‘invisíveis’

Quando lançou o auxílio de R$600 o governo sabia que enfrentaria algumas dificuldades para chegar até o seu público alvo. Entre eles, pessoas que não estavam inscritas em nenhuma plataforma do governo e que ainda assim, têm direito a receber o benefício.

Auxílio de R$600 não chegará a 5,5 milhões de brasileiros 'invisíveis'
Auxílio de R$600 não chegará a 5,5 milhões de brasileiros ‘invisíveis’ (Montagem: FDR)

O primeiro passo foi criar um aplicativo e um site do auxílio emergencial para que as pessoas que se enquadram dentro dos critérios de recebimento, pudessem se inscrever. Por exemplo: desempregados, informais, contribuintes individuais do INSS e MEI.

A medida seguinte veio com a criação de 30 milhões de contas poupanças digitais na Caixa Econômica, banco responsável pelo repasse do valor. Essa ferramenta foi disponibilizada para quem não tem conta bancária em nenhuma outra instituição, inicialmente o benefício pode ser gerenciado pelo aplicativo Caixa Tem.

Embora o governo federal e a Caixa tenham criado formas de repassar o auxílio nesse momento de crise, uma pesquisa do Instituto Locomotiva, feita por encomenda do Estadão, mostrou que 5,5 milhões de pessoas com renda igual a 1/2 salário mínimo não possuem conta em banco e nem acesso regular a um sinal de internet.

É justamente esse grupo, quase que invisível ao olhar da administração pública, que corre sério risco de ficar sem nenhum tipo de renda.

“A crise do coronavírus tirou renda e jogou para a pobreza muita gente que tinha pouco, mas não era alvo de programas sociais”, disse Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva.

Devido a pandemia causada pelo coronavírus, o isolamento social é a principal recomendação da Organização Mundial da Saúde. Por isso, os agentes sociais que poderiam estar trabalhando para alcançar esse público, estão de quarentena.

Inscritos no Cadastro Único com renda familiar máxima de 3 salários mínimos, e cadastrados no Bolsa Família que vivem com renda de R$178 por integrante familiar, receberão o benefício do auxílio de R$600 automaticamente.

Para os demais, organizações sociais e comunidades têm se reunido para dar assistência ao grupo mais ferido com a crise. Nas favelas, por exemplo, base de ONGs e projetos sociais que têm conexão com a internet estão realizando os pedidos do auxílio para quem não consegue o mesmo acesso.

O Estadão informou que questionou o governo sofre esse grupo, mas até o dia 20 de abril não havia tido respostas.

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Lila Cunha
Autora é jornalista e atua na profissão desde 2013. Apaixonada pela área de comunicação e do universo audiovisual. Suas redes sociais são: @liilacunhaa, e-mail: [email protected]