Bancos prorrogam dívidas, mas não incluem cheque especial e cartão de crédito

Para tentar dar benefícios e impulsionar a economia em tempo de pandemia de coronavírus, bancos de todo o país adotam medidas para tentar estimular e oferecer condições especiais para seus clientes. O objetivo é barrar a recessão prevista durante este período.

Bancos prorrogam dívidas, mas não incluem creque especial e cartão de crédito (Reprodução/Site/Pernambucanas)
Bancos prorrogam dívidas, mas não incluem cheque especial e cartão de crédito (Reprodução: Site/Pernambucanas)

Mas, na contramão das ações, o cartão de crédito e cheque especial não entram no pacote de mudanças anunciadas pelos bancos. Juntas as duas modalidades de financiamento são as com índices de taxas mais elevadas da economia.

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Entre as medidas tomadas, está a prorrogação de dívidas por 60 dias para pessoas físicas, micro e pequenas empresas, anunciado pelos bancos de todo o país nos últimos dias para tentar apoiar a economia durante este período.

Esta prorrogação de 60 dias já está sendo adotada pelo Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú Unibanco e Santander – juntas essas instituições financeiras são as principais do país e as mais importantes ligadas à Federação Brasileira dos Bancos (Febraban).

Vale destacar que a medida deverá ser aplicada aos contratos que estejam em dia e limitados aos valores já utilizados pelos clientes. De acordo com Itaú, Santander e Bradesco, já é possível solicitar o adiantamento e o procedimento não é automático.

Para obter o benefício é necessário entrar em contato com o gerente da conta e solicitar a prorrogação, que será aplicada para apenas uma parcela por produto contratado.

Já para as pessoas físicas, prorrogação vai abarcar linhas de empréstimo pessoal, de crédito imobiliário e para aquisição de veículos. Medidas também são válidas para pequenas empresas, mas apenas para financiamento de capital de giro, no qual é um meio utilizado pelos empreendedores para garantir o fluxo de caixa.

A não inclusão do cheque especial e cartão de crédito foi amplamente criticada pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).

Em detalhamento enviado à imprensa, o Idec destaca que o pacote que está sendo desenvolvido para ajudar o consumidor deveria se preocupar com o cartão de crédito e o cheque especial, já que são nesses produtos que os brasileiros com dívidas estão pendurados hoje em dia”.

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Por fim, Sindicato da Micro e Pequena Indústria (Simpi) pontua que a medida acabará revertendo em um aumento de inadimplência entre os empresários. “Vai encavalar os pagamentos e o empresário, no meio da crise, daqui a 60 dias dificilmente terá dinheiro novo para pagar o financiamento”, finaliza.