A prioridade dada para as Regiões Sul e Sudeste na concessão de novos benefícios do Bolsa Família pode impactar de forma direta nas votações da pauta econômica do Senado.
Em conversas nos corredores, mesmo aqueles que são favoráveis à agenda reformista admitem que o clima está tenso. Porém, outros falam abertamente em obstrução. Dois terços da Casa são os senadores do Norte e Nordeste, número necessário para que uma PEC seja aprovada.
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No Senado são três pontos principais para Paulo Guedes que incluem: fundos públicos, o Pacto Federativo e a PEC Emergencial.
Na Câmara, a repercussão também vêm sendo ruim. O Nordeste recebeu 3% dos novos benefícios vindos do Bolsa Família em janeiro, enquanto o Sul e Sudeste responderam por 75% das concessões.
O relator da PEC, é o Otto Alencar (PSD-BA) que diz que vai obstruir a votação das pautas do governo, inclusive do seu próprio relatório, enquanto não for revertida a situação.
Alencar disse que “Mostra claramente que ele (Bolsonaro) passou um risco no Brasil: de Minas Gerais para cima é um país que deve ser isolado, perseguido de forma odiosa.”
Os governadores e prefeitos do Nordeste alertam que, se o cenário for mantido, o presidente vai conseguir unir os partidos DEM e PT.
A reformulação do programa Bolsa Família, que já está em andamento no Ministério da Cidadania Onyx Lorenzoni, deve ter como principal foco a região Nordeste.
A pauta em questão é do 13º salário para os beneficiários do Bolsa Família que foi aprovada em Comissão mista para que seja paga todos os anos.
No ano passado, os beneficiários receberam pela primeira vez o 13º salário por meio do programa.
O governo até tentou não deixar que a medida provisória fosse aprovada, mas perdeu. O argumento usado para não aprovar foi o esforço para realizar o pagamento do 13º salário para o Bolsa Família no ano passado.
Além disso, defendeu que o custo dessa aprovação traria um impacto nos cofres federais de R$9 bilhões por ano.
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Ainda assim a proposta foi aprovada nesta semana e agora a medida segue para a Câmara e depois para o Senado. Mas precisa ser votada até o dia 24 de março para que não perca a validade.